Assim que vi Eduarda e Vetuche, fui puxada para trás por um cara fantasiado de pirata.
— Aonde você acha que está indo? — ele sorriu, quando foi empurrado por trás e tropeçou para cima de mim.
Dei risada e balancei a cabeça ao ver a cara que ele estava fazendo.
Assim que me virei para sair andando, ele agarrou meu braço.
Não demorei muito para perceber que ele não estava me agarrando, mas se escondendo atrás de mim para se proteger.
— Ei! — ele gritou, olhando assustado para além de mim.
Gustavo veio como um raio para a pista de dança e mergulhou o punho fechado no rosto do pirata com tal força que o derrubou, me levando junto.
Com a palma das mãos estirada no chão de madeira, pisquei sem conseguir acreditar.
Senti algo quente e úmido na mão e, ao virá-la, me encolhi.
Estava coberta de sangue do nariz do homem.
Ele cobria o rosto com as mãos em concha, mas o líquido vermelho e brilhante não parava de escorrer por seu antebraço enquanto ele se contorcia no chão.
Gustavo foi correndo me pegar, parecendo tão chocado quanto eu.
— Ai, merda! Você está bem, Flor?
Quando fiquei em pé, puxei o braço.
— Você está louco?
Eduarda me agarrou pelo pulso e me puxou em meio à multidão até o estacionamento.
Vetuche destravou as portas do carro e, depois que me sentei, Gustavo se virou para mim.
— Desculpa, Beija-Flor, eu não sabia que ele estava segurando você.
— Seu punho ficou a centímetros do meu rosto! — gritei, pegando o pano sujo de óleo que Vetuche tinha jogado para mim.
Limpei o sangue da mão, revoltada.
A gravidade da situação fez com que o rosto dele assumisse um ar sério, e ele se encolheu.
— Eu não teria batido no cara se achasse que fosse pegar em você. Você sabe disso, né?
— Cala a boca, Gustavo. Só cala a boca — falei, encarando a nuca de Vetuche.
— Flor... — ele começou a dizer.
Vetuche bateu no volante com a mão fechada.
— Cala a boca, Gustavo! Você já pediu desculpa, agora cala a porra da sua boca!
Fizemos a viagem até em casa em completo silêncio.
Vetuche puxou o banco para frente para que eu saísse do carro, e olhei para Eduarda, que assentiu, dando um beijo de despedida no namorado.
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Belo Desastre | miotela
FanfictionAna Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...