Gustavo e Vetuche nos seguiram em silêncio enquanto descíamos a The Strip até o prédio de Benny.
O trânsito, tanto de carros quanto de pessoas, estava começando a aumentar.
A cada passo, eu tinha uma sensação de náusea e vazio no estômago.
Minha mente estava a mil, pensando em um argumento convincente para persuadir Benny.
Na hora em que batemos à grande porta verde, que eu já tinha visto tantas vezes antes, eu estava completamente decepcionada.
Não foi surpresa alguma ver o imenso porteiro, negro, aterrorizante e maciço.
Mas fiquei pasma ao ver Benny parado ao lado dele.
- Benny - falei, quase sem fôlego.
- Ora, ora... Você não é mais a Lucky Thirteen, hein? O Rodrigo não me contou que você tinha ficado tão bonita. Eu estava esperando por você, Docinho. Ouvi dizer que tem um pagamento para mim.
Assenti e Benny fez um gesto, apontando para os meus amigos.
Ergui o queixo para fingir confiança
- Eles estão comigo.
- Receio que seus companheiros terão que esperar do lado de fora - disse o porteiro, em um tom grave incomum.
Gustavo me pegou pelo braço imediatamente.
- Ela não vai entrar aí sozinha. Eu vou junto.
Benny olhou para ele e engoli em seco.
Quando o chefão ergueu o olhar para o porteiro com os cantos da boca virados para cima, relaxei um pouco.
- É justo - disse Benny. - O Rodrigo vai ficar feliz em saber que você tem um amigo tão bom.
Então o segui para dentro, me virando para ver o olhar preocupado no rosto de Eduarda.
Gustavo segurava firme meu braço, se colocando de propósito entre mim e o porteiro.
Seguimos Benny até entrarmos em um elevador, subimos quatro andares em silêncio e depois as portas se abriram.
Havia uma grande mesa de mogno no meio de uma sala ampla.
Benny foi andando com dificuldade até sua luxuosa cadeira e se sentou, fazendo um gesto para que ocupássemos as duas cadeiras vazias do outro lado da mesa.
Quando me sentei, senti o couro frio sob mim e me perguntei quantas pessoas tinham estado ali, naquela mesma cadeira, momentos antes de morrer.
Estiquei a mão para segurar a de Gustavo e ele apertou a minha, restaurando-me a confiança.
- O Rodrigo me deve vinte e cinco mil. Acredito que você tenha o valor total - disse Benny, rabiscando algo em um bloco de notas.
- Pra falar a verdade - fiz uma pausa, pigarreando -, faltam cinco mil, Benny. Mas eu tenho o dia todo amanhã para conseguir o restante. E cinco mil não é problema, certo? Você sabe que eu sou boa nisso.
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Belo Desastre | miotela
FanfictionAna Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...