Volante.

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Fomos dar uma volta, e Eduarda gritava e chorava, depois gritava um pouco mais

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Fomos dar uma volta, e Eduarda gritava e chorava, depois gritava um pouco mais.

Às vezes ela tinha rompantes que pareciam dirigidos ao Vetuche, como se fosse ele quem estivesse sentado no meu lugar.

Fiquei quieta, deixando que ela lidasse com as coisas do jeito que só ela conseguia fazer.

— Ele me chamou de irresponsável! Eu! Como se eu não te conhecesse! Como se eu não tivesse visto você ganhar centenas de dólares do seu pai bebendo o dobro daquilo. Ele nem sabe do que está falando! Ele nem sabe como era a sua vida! Ele não sabe o que eu sei, e age como se eu fosse filha dele, não namorada!

Apoiei minha mão na dela, mas ela a puxou.

— Ele achou que você seria o motivo pelo qual a gente não daria certo mas acabou estragando tudo por conta própria. E, falando em você, que diabos foi aquilo na noite passada com o Luan?

A mudança repentina de assunto me pegou de surpresa.

— Como assim?

— O Gustavo fez aquela festa pra você, Ana Flávia, aí você sai pra dar uns amassos com o Luan. E ainda fica se perguntando por que todo mundo está falando de você!

— Espera aí! Eu falei para o Luan que a gente não devia ficar lá atrás. Além do mais, o que importa se o Gustavo fez a festa pra mim ou não? Eu não estou com ele!

Eduarda olhou para frente, soprando ar pelo nariz.

— Tudo bem, Duda. Que foi? Está brava comigo agora?

— Não estou brava com você. Só não gosto de me juntar a completos imbecis.

Balancei a cabeça e olhei pela janela antes que dissesse algo de que me arrependesse.

Eduarda sempre teve a capacidade de me fazer sentir uma merda quando queria.

— Você não percebe o que está acontecendo? — ela me perguntou.

— O Gustavo parou de lutar. Ele não sai sem você, não trouxe mais nenhuma mulher pra casa desde aquelas duas, tem vontade de matar o Luan, e você está preocupada com o fato de as pessoas estarem dizendo que você está jogando com os dois. Sabe por que isso, Ana Flávia? Porque é verdade!

Eu me virei lentamente na direção dela, tentando desferir lhe o olhar mais raivoso que podia.

— Que merda há de errado com você?

— Se você está namorando o Luan, e está tão feliz — disse ela em tom jocoso —, então por que não está no Morgan?

— Porque eu perdi a aposta e você sabe disso!

— Ah, dá um tempo, Ana Flávia! Você fica falando como o Luan é perfeito, vai nesses encontros incríveis com ele, fala durante horas com ele ao telefone, e depois deita ao lado do Gustavo todas as noites! Você não percebe que tem algo errado nessa situação? Se você realmente gostasse do Luan, suas coisas estariam no Morgan agorinha mesmo!

Cerrei os dentes.

— Você sabe que nunca dei pra trás numa aposta, Duda.

— Foi isso que pensei — disse ela, torcendo as mãos em volta do volante.

— Você quer o Gustavo, mas acha que precisa do Luan.

— Eu sei que as coisas parecem assim, mas...

— As coisas parecem assim para todo mundo. Então, se você não gosta do que as pessoas estão falando de você... mude. O Gustavo não tem culpa. Ele mudou da água pro vinho por sua causa. Você está tirando vantagem da situação, e o Luan também.

— Há uma semana você queria que eu fizesse as malas e nunca mais deixasse o Gustavo chegar perto de mim! Agora você está defendendo o cara?

— Ana Flávia Castela! Não estou defendendo o Gustavo, sua imbecil! Me preocupo com você! Vocês são loucos um pelo outro!Façam alguma coisa a respeito!

— Como eu posso pensar em ficar com ele? — lamentei. — Você devia tentar me manter longe de pessoas como ele!

Ela pressionou os lábios, claramente perdendo a paciência.

— Você se esforçou tanto para se separar do seu pai. Esse é o único motivo pelo qual você está considerando ficar com o Luan!Porque ele é o oposto do Rodrigo, e você acha que o Gustavo vai te levar de volta para aquela vida. Ele não é como o seu pai, Ana Flávia.

— Eu não disse que era, mas ele vai acabar me levando a seguir os mesmos passos do meu pai.

— O Gustavo não faria isso com você. Acho que você não sabe o quanto significa para ele. Se você dissesse a ele...

— Não. A gente não deixou tudo para trás para que as pessoas me olhem do jeito que olhavam em Wichita. Vamos nos concentrar no seu problema. O Tuche está te esperando.

— Não quero falar sobre o Tuche — disse ela, diminuindo a marcha para parar no semáforo.

— Ele está péssimo, Duda. Ele te ama.

Seus olhos se encheram de lágrimas e seu lábio inferior tremeu

— Não me importo.

— Se importa sim.

— Eu sei — ela falou, choramingando e se apoiando no meu ombro.

Ela chorou até o sinal abrir, então a beijei.

— Sinal verde.

Ela se endireitou e limpou o nariz.

— Fui muito má com ele agora há pouco. Acho que ele não vai falar comigo depois disso.

— Ele vai falar com você sim. Ele sabe que você estava brava.

Eduarda limpou o rosto e fez um lento retorno.

Achei que eu fosse ficar um tempão tentando convencê-la a entrar comigo, mas Vetuche desceu correndo as escadas antes mesmo que ela desligasse o motor.

Ele abriu a porta do carro com tudo e a puxou para fora.

— Me desculpe, baby. Eu não devia ter me intrometido, eu... Por favor, não vá embora. Eu não sei o que faria sem você.

Eduarda segurou o rosto dele com as mãos e sorriu.

— Você é um idiota arrogante, mas eu ainda te amo.

Vetuche a beijou repetidas vezes, como se não a visse há meses, e sorri ao ver aquele final feliz.

Gustavo estava parado na porta com um largo sorriso no rosto, enquanto eu entrava no apartamento.

— E eles viveram felizes para sempre.

Ele disse, fechando a porta atrás de mim.

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Continua....☆

I. Espero que estejam gostando, não se esqueçam de votar e comentar muito.

II. Capítulo revisado, porém pode conter alguns erros.

--Beijos, 🦋

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora