Boato.

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— Levanta, Ana Flávia! — gritou Eduarda, me chacoalhando

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— Levanta, Ana Flávia! — gritou Eduarda, me chacoalhando.

Totó lambeu meu rosto.

— Já estou acordada! Já estou me levantando!

— Temos aula daqui a meia hora!

Pulei da cama.

— Eu dormi ... catorze horas? Que diabos?

— Entra logo no chuveiro! Se você não estiver pronta em dez minutos, vou te largar aqui!

— Não dá tempo de tomar banho! — falei, trocando a roupa com que eu tinha dormido.

Gustavo apoiou a cabeça em uma das mãos e deu risada.

— Vocês garotas são ridículas. Não é o fim do mundo se vocês atrasarem para uma aula.

— É o fim do mundo no caso da Eduarda. Ela não perde uma aula eodeia se atrasar — falei, enfiando uma camiseta e uma calça jeans.

— Deixa a Duda ir na frente. Eu levo você.

Fui saltando num pé só, depois no outro, colocando as botas.

— Minha bolsa está no carro dela, Gu.

— Tudo bem — ele deu de ombros —, só não vai se machucar a caminho da aula.

Ele ergueu Totó, aninhando-o em um dos braços como se fosse uma minúscula bola de futebol, e atravessou o corredor com ele.

Eduarda me fez sair correndo e entrar no carro.

— Não consigo acreditar que ele te deu aquele cachorrinho — disse ela, olhando para trás enquanto tirava o carro do estacionamento.

Gustavo estava parado sob o sol da manhã, só de short e descalço, envolvendo-se com os braços para se proteger do frio.

Ele ficou olhando enquanto Totó cheirava um pequeno canteiro de grama, guiando o cãozinho como um pai orgulhoso.

— Eu nunca tive cachorro — falei. — Vai ser uma experiência interessante.

Eduarda olhou de relance para Gustavo antes de acelerar o Honda.

— Olha só para ele — disse ela, balançando a cabeça. — Gustavo Mioto, o Sr. Mamãe.

— O Totó é lindo. Até você vai cair nas garrinhas fofas dele.

— Você sabe que não pode levar cachorro para o dormitório. Acho que o Gustavo não pensou nisso.

— Ele disse que vai ficar com o Totó no apartamento.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— É claro que vai, o Gustavo pensa em tudo, tenho que lhe dar esse crédito — disse ela, enquanto pisava no acelerador.

Cheguei ofegante à saia de aula e fui me sentar.

Assim que a adrenalina se dissipou, o peso de meu coma pós-aniversário se assentou no corpo.

Belo Desastre | miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora