Belo Desastre | miotela

Full House.

Na sexta-feira, depois das aulas, Eduarda e eu passamos à tarde no centro da cidade nos embelezando.

Fizemos as unhas, depilação a cera, bronzeamento artificial e luzes nos cabelos.

Quando voltamos ao apartamento, cada canto tinha sido coberto com buquês de rosas.

Vermelhas, cor-de-rosa, amarelas e brancas.

O apartamento parecia uma floricultura.

— Ai, meu Deus! — Eduarda soltou um gritinho agudo quando cruzou a porta.

Vetuche olhou em volta, orgulhoso.

— Nós saímos para comprar flores para vocês duas, mas nenhum de nós achou que um buquê seria o suficiente.

Abracei Gustavo.

— Vocês são... o máximo. Obrigada.

Ele deu um tapinha no meu bumbum.

— Faltam trinta minutos para a festa, Flor.

Os meninos se vestiram no quarto de Gustavo enquanto nós duas nos arrumavamos no quarto de Vetuche.

Quando eu estava prendendo as sandálias prateadas de salto, ouvi alguém bater à porta.

— Hora de ir, senhoritas — disse Vetuche.

Eduarda saiu do quarto e ele assobiou.

— Cadê ela? — Gustavo perguntou.

— A Ana Flávia está tendo um probleminha com o sapato. Ela vai sair em um segundo — Eduarda explicou.

— Esse suspense está me matando, Beija-Flor! — ele gritou.

Saí do quarto, mexendo inquieta no vestido, e Gustavo estava parado na minha frente, pálido.

Eduarda o cutucou e ele piscou.

— Puta merda!

— Está preparado para surtar? — ela perguntou.

— Não estou surtando, ela está incrível — disse Gustavo.

Eu sorri e, lentamente, me virei para mostrar o decote ousado nas costas do vestido.

— Ah, agora estou surtando — ele disse, vindo até mim e me virando.

— Não gostou do vestido? — perguntei.

— Você precisa de uma jaqueta.

Ele foi correndo até o armário, apressando-se em colocar meu casaco sobre os meus ombros.

— Ela não pode usar isso a noite toda, Gu — disse Eduarda, rindo baixinho.

— Você está linda, Ana Flávia — disse Vetuche, como desculpas pelo comportamento do primo.