Desejo visceral

A partida

Nesse dia, Otávio voltou pra casa completamente destruído. Chegou em casa e se jogou na cama a chorar de forma inconsolável. Ele sabia que errou duas vezes, não foi leal a luna, não verá mais Elisa.

Ele se colocou em posição fetal e fechava os olhos a cada momento que a imagem de Elisa aparecia sem seus pensamentos. Otávio estava dividido em casar sendo completamente desleal e mentiroso ou ser sincero e dizer toda a verdade pra sua noiva e sua família. A cada minuto que se passava, a mente de Otávio criava imagens ilusórias de Elisa sendo tocada por outros homens, era uma dor quase insuportável para Otávio e ele não conseguia fazer sua cabeça parar de transmitir esses pensamentos.

Nesse mesmo dia ele não quis falar com ninguém, não atendeu a nenhum telefonema e nem mesmo a campainha de sua casa. Pensou muitas vezes em se confessar na igreja para ter algum tipo de redenção, pensou em pegar Elisa a força e fugir, pensou em se casar mesmo assim. Não sabia qual decisão tomar, mas era quase inevitável a vontade impulsiva de bater na casa de Elisa para ter a última certeza que não a veria mais, ou talvez testar se ainda funcionava a tática de dar todos os beijos em para acalmá-la e fazê-la mudar de idéia.

Por outro lado, Elisa ficou o dia inteiro se alcoolizando com vinho e fumando o máximo de cigarro possível. Estava tremendo, era como se estivesse em abstinência pela falta de Otávio. Numa crise intensa de choro ela se batia, se culpava e chamava pelo nome de Otávio. Ficou ecoando pela cabeça de Elisa a parte em que Otávio disse que ela morreria sozinha esperando por ele.

  Era assustador pra ela perceber que isso poderia ser verdade, que ele a conhecia, que provavelmente isso aconteceria brevemente. Ela sabe que o que fez não tem conserto e agora são duas pessoas quebradas por dentro.