Desejo visceral

Eu vou destruir esse homem!

Após o almoço Gustavo quis me levar em casa, durante todo o trajeto permaneci calada, por dentro eu estava morrendo de raiva, tanta raiva que não conseguia expressar o quanto

👨🏻‍💻 - meu bem, está tudo bem?

Gustavo perguntou ao perceber minha feição descontente e séria. Eu realmente cheguei a mudar em algum momento? Será que a minha natureza é ser uma filha da puta sadomasoquista? Me questionava isso ao pensar em mil formas diferentes de fazer Otávio sofrer. Ao chegar em casa tentei me acalmar, disse a Gustavo que gostaria de passar o resto do dia sozinha, ele achou estranho mas compreendeu. Internamente eu sentia vontade de quebrar todos os pratos e copos como naquele dia em que aquele canalha atendeu a ligação de Luna na minha frente. Eu estava completamente ciente que aquele homem nunca me deixaria me paz e alguém iria morrer, e não seria eu!
Ao mesmo tempo pensava no beijo que aconteceu no banheiro, sentia que estava sendo desleal a Gustavo. Pelo menos eu me importo! O demônio católico sequer pensa no irmão por um segundo! Se ele sente amor, que tipo de amor é esse? Seria essa a natureza de Otávio e eu só a revelei mais cedo? Será que mais cedo ou mais tarde, mesmo sem mim ele se mostraria um cara completamente possessivo por alguma outra mulher?

Passei a esperar por ele de forma traiçoeira, sabia que mais cedo ou mais tarde ele bateria na minha porta! Como eu vou destruir esse homem? Eu conheço o demônio que eu criei, sei que ele morre de medo de ser descoberto e decepcionar a esposa perfeita, a família dele, a sociedade católica em geral! O que eu poderia fazer para vê-lo definhar em sofrimento? Talvez ser suja com ele tanto quanto ele foi comigo no passado. E se eu me casar com Gustavo? Ele seria tão louco a ponto de impedir o casamento? Qual o nivel de obsessão dele? Eu estava tentada em levar Otávio até seu último limite, sugar toda a sua energia vital e no fim destruí-lo. Ele sempre disse que eu era seu próprio inferno, então talvez eu deva fazer jus a isso.