Um cigarro atrás do outro

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No dia seguinte eu estava saindo da ong, Gustavo iria ficar pois daria uma palestra aos outros voluntários e eu estava morrendo de dor de cabeça, então optei por ir embora mais cedo. Quando saio do lado de fora da ong dou de cara com Otávio escorado no carro:

🧔🏻 - entra no carro, Elisa!

💁🏽‍♀️ - eu não vou entrar nessa droga de carro! O que você está fazendo aqui?

Me neguei a entrar, Otávio respirou fundo:

🧔🏻 - entra nesse carro ou vou contar tudo pro meu irmão! Você acha que eu me importo? Não duvide do que eu seria capaz de fazer por você.

Revirei os olhos e entrei no carro, perguntei onde ele me levaria. Otávio permanecia calado. Enquanto ainda dirigia tirou o maço de cigarro e o isqueiro do bolso da calça:

🧔🏻 - acende um cigarro pra mim! Use suas mãos, não quero causar um acidente.

Então acendi o cigarro e o coloquei na boca de Otávio, ele apenas um trago:

🧔🏻 - Apague o cigarro!

Eu achei estranho, pois ele só havia dado um trago e tentei questionar:

💁🏽‍♀️ - mas você só....

Ele me interrompeu:

🧔🏻 - APAGA O CIGARRO!

Então apaguei o cigarro.

🧔🏻 - acende outro!

E mais uma vez ele deu apenas um trago e pediu novamente que eu apagasse, foi quando eu questionei por qual motivo ele nunca fumava o cigarro até o final. Otávio estava nervoso:

🧔🏻 - É SÓ UM CIGARRO! ACENDA OUTRO, E OUTRO, E OUTRO, E QUANTOS MAIS PRECISAR!

Eu não estava entendendo nada, entendi menos ainda quando ele me deixou na frente do meu condomínio, pois achei que ele me levaria a algum lugar distante.

🧔🏻 - sai do carro!

Eu sai do carro e fiquei olhando enquanto ele acelerava numa saída agressiva e veloz. Eu não entendi o intuito de me fazer entrar no carro apenas pra me levar em casa. Aquela cabeça estava cada vez mais complexa e confusa, com ações pouco conexas...

Desejo visceralOnde histórias criam vida. Descubra agora