Quatro dias após a festa e nenhum sinal de que Otávio havia achado a calcinha, pois se ele nem apareceu na minha porta furioso, ou será que ele havia achado e se livrado dela para que Luna não achasse primeiro? Talvez Otávio não quisesse nenhum confronto comigo, visto que eu seria madrinha de seu filho e isso me deixaria mais próxima de sua esposa. Talvez por medo de eu abrir a boca?
Bom, parece que nesse dia, as coisas iriam começar a tomar um novo rumo, acho que estamos quase no final dessa jornada problemática. Será que estamos começando a colocar os pingos nos "i's"?
Era um começo de tarde comum na residência de Otávio, Luna estava juntando as roupas sujas para levar até a lavanderia. Claro que todo mundo tem o costume de balançar roupas com bolsos, as vezes tem dinheiro, chaves e outros itens perdidos. Bom, no caso de Otávio, parece algo pior que dinheiro ou chaves...Ao recolher as roupas, Luna pegou a calça que estava no cabideiro, como de costume ela balançou a calça duas vezes e não caiu absolutamente nada. Bom, parece que alguém foi mais esperto, não?
Ou nem tanto... mesmo verificando duas vezes ao balançar a calça, ela com grande insistência resolveu enfiar as mãos nos bolsos. Que péssima idéia!O ditado "quem procura acha" se encaixava perfeitamente nessa situação, mas no caso de Luna seria algo como "quem insiste em procurar, acha da pior maneira possível". Ao enfiar a mão no bolso da frente, ela sentiu em suas mãos um tecido de renda e parecia ser algo bem pequeno. Ao retirar o tecido, ela percebeu que era uma calcinha fio dental, preta e de renda, bem pequena. Luna não teve outra reação além de tomar um grande susto e por impulso jogar a calcinha no chão.
Começou a tremer as mãos ao encarar a calcinha ali, jogada no chão. Seus olhos começaram a lacrimejar enquanto tremia, é como se seu corpo tivesse congelado, processando a presença da peça íntima em meio as roupas do marido. Óbvio que rapidamente Luna imaginou que estivesse sendo traída, afinal, a calcinha não era dela e também não era o tipo que ela usava.
Luna se trancou no quarto afim de achar uma solução, sentou-se na cama chorando e ainda encarando a calcinha. Entrou em um conflito interno e contraditório, estava dividida entre confrontar o marido ou fingir que nada aconteceu e jogar a calcinha fora. Luna tinha medo de confrontar o marido e causar uma separação, pois ela pensava na possibilidade de criar o filho sozinha e o quanto isso seria uma "tragédia" em sua vida.
Então decidiu não jogar a calcinha fora, mas guardá-la em um lugar que Otávio não achasse, Luna ainda não estava preparada para ver sua família ser destruída e achava preferível engolir a história e chorar às escondidas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desejo visceral
RomanceUma história de romance carnal entre um professor católico e uma aluna fora dos eixos. O que poderia dar errado? A loucura de amor crua e obsessiva entre Otávio e Elisa. Um Romance cheio de reviravoltas e busca por redenção, mas o desejo é maior que...