The Wardrobe Incident

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1941



Tom teve o azar de ser convidado para o escritório do vice-diretor para um chá, pouco depois do Natal. Parecia que ele tinha cometido o erro, mais uma vez, de atrair a atenção do Professor Dumbledore.

O convite foi entregue por uma coruja da escola no café da manhã, tão cedo que muitos dos outros alunos que ficaram para o feriado nem tinham acordado. Por que deveriam? Não era como se eles tivessem aulas para ir, então a maioria deles preferiu dormir até o meio-dia. O inverno na Escócia significava que seguir uma rotina de dia escolar os faria sair da cama antes do sol nascer, e poucos deles estavam motivados o suficiente para fazer isso.

Tom estava motivado. A biblioteca abria às oito horas. Perder tempo com sono era jogar fora sua educação.

Essa motivação, no entanto, começou a desaparecer ao meio-dia e desapareceu completamente por volta das três da tarde.

Seus pés se arrastaram pelas pedras do castelo e desceram as escadas até o Primeiro Andar, onde o escritório de Dumbledore ficava na base de sua própria torre. O braço de Tom, como se carregado com um grande peso, hesitou na pesada porta de carvalho com ferro quando ele levantou a mão para bater.

Os sinos na torre do relógio soaram as horas.

Um dois três.

O eco do último toque desapareceu nos ventos uivantes do inverno escocês.

Ele bateu.

O mecanismo de travamento clicou. A porta se abriu.

Dumbledore estava dentro do escritório, sentado atrás da mesa, seus dedos entrelaçados e polegares girando para sugerir que ele estava esperando por um tempo, mas não se importava nem um pouco porque ele estava se divertindo girando sozinho. Ele usava vestes em um rico roxo berinjela; o forro interno de suas mangas largas em formato de trombeta era de seda aguada da cor de ouro antigo, que captava a luz a cada movimento de suas mãos.

As lâmpadas da sala estavam acesas, lançando uma luz dourada e quente sobre a mesa, e o escritório estava arrumado como estava da última vez que Tom o vira: a fênix em seu suporte dourado alisando suas penas, o cenário nevado atrás das janelas altas e arqueadas, as estantes de livros e instrumentos mágicos, e a poltrona macia em frente à mesa, estofada em couro vermelho com patas de leão de madeira dourada no lugar das pernas.

Havia uma bandeja na mesa contendo um serviço de chá completo e um suporte para bolo em camadas. O bule de chá estava fumegando.

"Boa tarde, Tom. Por favor, sente-se", disse Dumbledore. Os dedos entrelaçados se desamarraram, e uma mão gesticulou grandiosamente para a cadeira em frente à mesa.

Tom sentou-se e ajustou suas vestes para que não amassassem.

"Professor," Tom começou, seus lábios entreabertos, seus olhos arregalados e sinceros, naquela expressão inocente que Hermione chamava de sua 'Cara de Persuasão'. Funcionava bem com adultos, e ele a usava durante o verão para ficar acordado mais um quarto de hora além do seu horário oficial de dormir. Em Hogwarts, isso lhe permitia pegar emprestado um ou dois livros extras além do seu limite de dez livros na biblioteca.

"É sobre o que aconteceu na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas? O Professor Merrythought esclareceu imediatamente e disse que eu estava desculpado por isso. Emoções à solta, no calor do momento." Tom olhou para as mãos, envergonhado. Então ele olhou para cima através dos cílios para o desapontadoramente indiferente Dumbledore do outro lado da mesa. "Foi só um pouco mais literal no meu caso, veja, senhor."

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