Birds and Beasts

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1939



O primeiro período de Tom em Hogwarts passou voando, com uma sequência de notas máximas.

Ele estava acostumado a tirar notas perfeitas e ser melhor que todo mundo, então isso não foi nenhuma surpresa para ele. Mas pela primeira vez na vida, seus colegas — ele usou a palavra vagamente, para se referir a pessoas que eram iguais a ele em idade e nada mais — o respeitaram por sua magia e intelecto. Eles o admiravam , diferentemente das crianças de Wool, cujo respeito era baseado no medo e contaminado por uma desconfiança intrínseca de qualquer um que falasse o inglês do rei e se lembrasse de lavar as mãos toda vez que usasse o banheiro.

Ele aprendeu que, embora os outros alunos tivessem magia assim como ele, e acesso aos mesmos professores, livros escolares e lições, para ele a teoria era intuitiva, e os feitiços vinham facilmente. Ele era um bruxo, mas ainda era Especial.

Ele nunca usou essa palavra, Especial, em público. Assim como ele nunca usou a palavra Hermione ou Amiga na mesma frase nas mesas da Casa, na sala de aula, nos corredores ou em qualquer lugar fora das cortinas fechadas de seu dormitório de dossel. Para a persona pública que ele apresentou de Tom Riddle, o Órfão Humilde, e para o resto da coorte do Primeiro Ano, ela era Granger, a Maravilha da Topiaria e a swot residente da Corvinal, uma colega de classe, rival de classe, mas nada mais do que isso.

Mas em privado—

Atrás das portas fechadas de salas de aula abandonadas, escondido em um labirinto de corredores nas masmorras de Hogwarts, Tom via Hermione além do que todos os outros viam, aqueles que estavam cegos pelo monte de cabelo fofo com dentes demais e pela mão que acenava perpetuamente.

"Você verificou a armadilha no segundo andar?" Tom perguntou, abrindo sua mochila de livros e deslizando para fora uma pequena lata de biscoitos amanteigados com furos na tampa. Ele puxou a tampa e despejou o conteúdo da lata.

Um rato marrom magro, sem bigodes no lado esquerdo, imóvel e rígido após ser atingido por uma dose dupla de Petrificus Totalus.

Hermione tinha sua própria caixa fora de sua mochila, uma caixa de papelão de jujubas embrulhada em uma camada brilhante de Spellotape. Dentro havia outro rato marrom, em melhores condições que o de Tom, também amarrado com um Petrificus.

"Eu peguei uma", Hermione disse, ajoelhando-se no chão de lajes da sala de aula vazia, as pontas de suas vestes arrastando uma espessa camada cinza de poeira e giz velho em pó. Sua varinha estava em seu colo. "O Sr. Pringle quase me pegou quando fui verificar. Ele começou a notar que eu ficava perambulando pelo armário de vassouras perto do corredor de Feitiços." Ela olhou para o rato, que parecia morto; o feitiço restringia os movimentos, mas permitia uma respiração superficial. Suas bochechas estavam levemente rosadas. "Acho que ele pensou que eu estava vigiando os alunos mais velhos. Dizem que aquele armário específico costuma ser usado para—para—"

"Propostas indecentes?" Tom comentou, colocando seu pergaminho, penas e varinha, sua expressão imperturbável. "Você não precisa hesitar sobre isso; eu já sei de onde os bebês vêm. Eu também sei para onde os bebês vão quando um cavalheiro decide que prefere o indecente, mas não a proposta. Disseram-me que meu pai era um deles."

Hermione corou ainda mais. "Oh, desculpe, Tom—"

"Está tudo bem", disse Tom, dando de ombros. "Ele pode ter sido um canalha, mas se ele me deu minha magia, então suponho que ele está inocentado. Eu preferiria ser um mago do que nunca ter existido."

"Talvez se ele tivesse magia," Hermione avançou hesitantemente, "ele tivesse o seu talento também. O Professor Dumbledore lhe disse que às vezes era hereditário. Talvez tenha sido assim que ele... hum, conquistou sua mãe."

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