Avant-garde

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Aviso de conteúdo: Violência gráfica.


1945



No dia primeiro de janeiro, Tom Riddle acordou como um novo homem.

Ele não era mais um tutelado, não estava mais sob os cuidados de um guardião. Não havia ninguém cuja direção ele fosse obrigado a obedecer, ninguém a quem ele estivesse em dívida. A única entidade com autoridade legal sobre a vida de Tom era o próprio Tom.

Essa foi a verdadeira independência.

Com um suspiro de profundo contentamento, Tom se aninhou sob os cobertores; ele passou um braço ao redor de Hermione e a puxou para mais perto, colocando o topo da cabeça dela sob seu queixo.

"Tom", disse Hermione com a voz abafada, despertando do sono, "que horas são?"

"Nada de aula hoje, Hermione. Volte a dormir."

"Tom." Hermione empurrou seu peito. "Você tem que voltar para seu próprio quarto!"

"Não, eu não sei."

"E se sua avó entrar e nos encontrar assim?"

"Então," Tom murmurou sonolento, "ela convidará o pároco para um chá, para que ele possa recitar seus versos para nós. Qual será? Hmm. O reverendo Rivers tinha alguns favoritos. 'Aquele que olha lascivamente para uma mulher é um adúltero em seu coração'. Você quer ser uma adúltera, Hermione?"

"Não", disse Hermione, rolando para encará-lo, "'Seu coração'? Por que isso me tornaria a adúltera? Um de nós teria que ser casado para ser adultério!"

"Seria de mau gosto chamá-lo de fornicador", Tom respondeu. "Considerando a total ausência de qualquer fornicação — sem mencionar as dificuldades logísticas de fornicar sozinho. Você entende que não há possibilidade de eu ser o culpado nesta situação; o pároco sabe muito bem quem paga seu salário de vida." Ele bocejou e se espreguiçou, os músculos rangendo pelo desuso. "Desculpe, Hermione, mas você é uma adúltera."

"Mas eu não olhei 'com luxúria' para ninguém!"

"Você não fez?"

"Nunca."

"Pensamentos lascivos, então? Sonhos também contam."

"Nenhum."

"Você tem certeza?"

"Sim!"

"Sabe", sussurrou Tom, "se por acaso você tivesse algum, eu nunca contaria a ninguém. Pode confiar em mim, Hermione."

"Você quer ouvir sobre meus, hum, sonhos obscenos?" Hermione perguntou incrédula.

"Com o máximo de detalhes que você puder fornecer."

"Tudo bem", disse Hermione. "Eu tive uma, não faz muito tempo."

"Vá em frente", Tom a incentivou, apoiando-se no cotovelo.

"Bem, havia um menino, e ele estava dormindo na minha cama."

"Ele era?"

"Ele era," confirmou Hermione, soando muito séria. "Ele também era um dorminhoco inquieto. Durante toda a noite, ele não conseguia manter as mãos do seu próprio lado. E ele tinha um grande, grande, inchado—"

Tom estava quase sem fôlego de tanta expectativa.

"—Sensação de autoimportância," Hermione concluiu. Ela lançou um olhar de reprovação para Tom. "Sinceramente, Tom, o que você esperava que eu dissesse?"

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