Capílo 1

60 1 1
                                    

Temo miseravelmente ceder, temo ainda mais não obedecer a voz no meu peito que me tortura gritando: << Ceda! Ambas sabemos que você quer.

Helena

Era uma vez...
Alguns anos atrás

Helena: Por que eu não posso simplesmente, só um pouquinho, arrancar um pouco daquele cabelo e como consequência alguns dentes dela também?

Maria Clara: Porque não é assim que uma mulher deve se comportar, Helena.

Helena: Eu devo só olhar e sorrir as provocações daquela mulher vulgar?

Maria Clara: Olha o que dizes, Helena... — observou ao redor certificando-se que só há nós as duas aqui — As paredes têm ouvidos.

Helena: Quem parece não ter ouvidos é aquela mulher que um dia, eu juro, eu mesma a baterei tanto que aí sim, as paredes desejarão não ter ouvidos para não ouvi-la chorar e aí, querida Maria Clara, saberás como uma mulher deve se comportar frente a uma situação dessa.

Maria Clara: Você é... como que dizem por aqui na vila? — perguntou de forma retórica— Uma Maria-Rapaz mesmo.— parou de novo, mas dessa vez para rir e mostrar seus dentes perfeitamente alinhados como seus lábios marrom que se estendiam junto com o seu sorriso mais bonito de orelha a orelha— Como tenciona um dia se casar? Ter uma família? Um lar? Agindo assim, minha amiga?

Helena: Se depender de mim NUNCA. Você sabe como eu sou, eu nunca quis ter isso entende? Submissão? Um casamento que mais parece uma prisão? É isso que você quer, Maria Clara?

Maria Clara: Você sabe que nem todos são assim e não é bem assim, além do mais o que tem de mal não opinar se eu posso ser apenas uma dona de casa que faz compras quase todos os dias com o salário de um homem, que se a gente tiver sorte, de um homem bonito, atraente e rico como o Ricardo? — deu um dos seus suspiros longos — Se eu tivesse um homem como ele, acredita, ser submissa não seria um problema, principalmente se fosse ser na cama.

Sorriu-me como sempre me fazendo sorrir também, é o que sempre acontece quando o assunto é o Banqueiro Ricardo Guerrera: suspiros, desejos e como minha amiga insiste em dizer calcinhas molhadas, no caso a dela e as das de mais mulheres dessa vila que se derretem por ele, na verdade, não entendo porquê tanto fascínio, mas aí eu lembro que afinal << ele é só um dos homens mais bonito e rico da vila>> como elas dizem e é, mas não entendo o motivo de que muitas abdicam das suas opiniões e sua voz se casando só para ter um futuro resolvido e... ah, claro, sua pessoa desvalorizada como a maioria dos homens casados dessa vila fazem com suas esposas. Nenhum futuro bem resolvido me faria deixar de ser quem sou.

Após mais algumas palavras trocadas com
Maria Clara, despedi-me dela e deixei-a na loja de vestidos onde ambas trabalhamos, e estou voltando para casa porque o meu turno já tinha acabado faz tempo, tipo há 24h, mas fazer o quê se eu amo conversar com a minha melhor e única amiga? Eu e meus pais vivemos um pouco longe do centro da vila o que faz com que as minhas idas e voltas ao centro da vila sejam realizadas com o auxílio de uma bicicleta que tenho desde os 15 anos, hoje com os meus 19 anos ainda caibo nela perfeitamente, minha fiel companheira, só perde o lugar para a Maria Clara que jura não sentir ciúmes dela, mas eu vejo as faíscas entre ambas. Acabei de entrar em casa e antes mesmo de chegar à cozinha, ouço meus pais falarem... Como assim eles têm alguém para eu me casar já?

Gente, por favor ajudem essa escritora iniciante aqui votando nos capítulos e comentando.💋

Escrava Do Que Desejo Onde histórias criam vida. Descubra agora