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Não é certo dizer, mas de uma coisa todos tem certeza: ele não é uma criança normal.

O garoto mantém os olhos fixos na menina à sua frente como se apenas ela existisse em seu mundo, nada importa ao seu redor. Mas como uma criança de seis anos teria uma paixão louca por outra que apareceu agora em sua vida? Ou talvez não seja paixão, obsessão, sim.

Hades segura as mãos de sua mãe, que está emocionada com a chegada da menina, ele também choraria com tamanha beleza da pequena Heather. Cabelos escuros presos em um coque, olhos verdes como uma esmeralda e a pele branca como a neve, suas bochechas estão rosadas, parecem de porcelana.

Nesse momento ele fez uma promessa para si mesmo, a de nunca deixar que alguém a quebre. Ao redor, tudo parece em silêncio. Hades sempre menosprezou os assuntos ao redor e ninguém chama tanto a sua atenção quanto essa menina, nem mesmo os filhos dos seus vizinhos, que mais tarde viriam a ser seus amigos, lhe interessavam tanto.

É algo novo, sua primeira obsessão, ou seria seu primeiro amor? Talvez nunca saibamos.

— Mamãe. — Ele puxa a mão de sua mãe, Eloah. Ela desce seus grandes olhos verdes para ele.

— Quem é ela?
Eloah parece gostar da curiosidade do seu filho, visto que ele quase nunca se interessa por ninguém. Utilizando um lenço para limpar suas lágrimas, ela se recompõe para respondê-lo:

— Essa é Heather, querido.

— Venha conhecê-la — Louise, mãe da pequena Heather, o chama.

Hades solta rapidamente a mão de sua mãe e, sem tempo a perder, caminha apressado até a garotinha que, aos poucos, vai se escondendo atrás das pernas de Louise.

O menino não entende por que está com raiva e, ao mesmo tempo, cheio de uma enorme curiosidade sobre ela, ele quer conhecê-la, quer tocar em seu rosto e ver o quão real ela é, mesmo que esteja confuso por dentro.

Talvez fosse a beleza de Heather? Talvez por nunca ter se interessado tanto em conhecer alguém até a chegada dela?
Heather não é muito de falar e esse é seu primeiro contato com outras crianças, e ele é a primeira coisa em que seus olhos grandes focaram, Hades. Como se Heather soubesse o que a esperava, ela permanece escondida para não falar nada.

— Ela é minha — Hades diz sem desviar os olhos dos dela.

Todos ao redor dão risada, aliás, gargalharam alto com a ousadia do garoto de apenas seis anos. Mas Hades não riu, nem mesmo Heather, que se limitou a apenas lança um olhar furioso para ele.

— Ah é, pirralho? — diz o pai de Heather, Liam, agachando-se.

— Ela é minha primeiro, e você vai ficar longe do meu bebê.

Um sorriso se curva no rosto do homem que espera uma reação malcriada ou alguma expressão forte do garoto.

— Vamos ver — Hades rebate, e o sorriso de Liam se desmancha.

Hades não parece o tipo de criança que esquece, e Heather, de alguma forma, sabe o que a aguarda.

Continuar...

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