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Estou animada, tem alguns meses que eu não saio, já que passo bastante dos limites quando o faço. Percebo que, quando paro de beber, começo a sentir mais do que o necessário, começo a pensar mais no que está me rodeando, a realidade nunca me fez bem e, então, estou optando em voltar a não sentir nada.

A dor precisa ser aliviada, adormecê-la virou um dos meus maiores dons, mesmo que seja por algumas horas.

Noemia e Peter nos aguardam na casa noturna. Ao nos aproximarmos, percebemos a grande fila.

A cidade não chega a ser pequena, mas a boate é muito conhecida e tem alguns rostos familiares do colégio, alguns menores de idade como nós, a fim de sair um pouco da mesmice de festas em casas.
Não tem emoção como as boates.

— Identidades. — O homem alto e extremamente forte nos para quando furamos a fila, já que temos um camarote para entrar.

Ele usa um terno preto e é careca com uma tatuagem de escorpião no pescoço, tem cara de quem pode bater em todos aqui e depois matar alguém. Sim, o estou julgando apenas pelo porte e olhar maldoso.

Ava joga o cabelo para trás e endireita a postura, gosto do quanto minha amiga exala confiança, é algo que eu almejo em mim.
Mas eu sou mais abusada do que confiante.

— Acho que não será necessário — sua voz soa doce. — Tenho certeza de que meu nome brilha aí no topo da lista, Ava Mackenzie.

Ele olha com desdém, irredutível e irritante, ele apenas balança a cabeça, colocando as mãos para trás, pronto para pedir novamente o que não vamos dar.

— Deixe, há algumas pessoas que podem entrar sem documentos. — Uma mulher loira aparece na porta apenas para dizer isso e adentra novamente, ele range os dentes.

Sem dizer mais nada, ele sai da frente e seguimos para dentro da grande casa noturna.

O interior está decorado com muitas luzes de led, a pista é enorme e possui uma cabine para o DJ ao alto.

Os camarotes têm grandes janelas com vidro escurecido no segundo andar, tendo a vista para toda a pista.

Possui três bares na parte de baixo e dois em cima, toca uma música eletrônica enquanto enche aos poucos.
Atravessamos para subir e passar pelo corredor ao fundo dos camarotes, alguns já tem gente e outros estão com uma faixa, sinalizando reserva.

Noemia e Peter estão no último, um pouco escondido, mas com a vista de toda parte de baixo, e conseguimos ver o outro camarote do outro lado. Nosso espaço tem um pole dance bem ao centro, poltronas de couro de frente para ele e uma grande janela.

Olho para tudo ao redor, uma mesa de vidro com bebidas caras já compradas e depois encaro Ava, que sorri maliciosa.   


Continuar...

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