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— Se prepare, visto que nas férias não fez isso — Christine Folk, a professora de Rugby, diz.

— Eram férias, não achei que fosse voltar tão mal — falo, ofegante.
— Jovens e seus achismos. Não se distraia, garota — murmura enquanto massageia a sua têmpora. — Pode ir, mas quarta-feira fará o treino completo.

Aceno com a cabeça e me levanto, indo para o vestiário. Estou pingando de suor e o uniforme de treino fica ainda mais colado com isso. Por sorte, é sempre fim de dia quando precisamos usá-lo, sem nenhum aluno na escola. Pego a toalha no meu armário do vestiário e solto meu cabelo, que está muito longo. Sempre quis que ficasse como os da mamãe, mesmo ela sendo bem loira, quando entendi que não seria tão fácil, desisti.

Enrolo a toalha no cabelo enquanto me visto novamente com o uniforme. A saia xadrez azul, blusa branca um pouco transparentes, e o blazer tornam o uniforme fácil de ser colocado, mesmo eu estando um pouco molhada.

Bato meu armário e me assusto quando vejo o reflexo de Hades no espelho, ele está parado na porta, brincando com seu cigarro entre os longos dedos.

— Gostou do que viu? — provoco, irritada.

— Infelizmente não cheguei a tempo, mas é sempre interessante te observar — rebate, seu tom é debochado.

Então começo a esfregar o cabelo a fim de secar um pouco, já considerando correr dali.

Estamos sozinhos.

— Só mostra o quanto é pervertido.
— Com você eu sempre serei. — Ele caminha até o banco de frente para o meu armário e se senta ali. — Vem aqui.

Ele bate em sua coxa, as mangas de sua camisa levantadas, mostrando as veias de seu braço, agora muito mais musculoso. O futebol sempre lhe caiu bem. Hades me olha com sua cara de tédio, como sempre, nenhuma expressão evidente, nenhum sinal do que ele fará a seguir.

— Eu estou bem aqui. — Levanto o queixo, sentindo minha garganta seca. Ele sorri ladino, eu pensei que me deixaria sair.

Hades estica seu braço e me puxa para o seu colo, tento fechar minhas pernas, mas ele me força contra si, me fazendo abri-las ao seu redor. Faço força, empurrando seu peito enquanto uma de suas mãos se agarra a minha cintura, a apertando. A sua outra mão se prende firmemente em meus cabelos, na parte de trás, fazendo com que eu o olhe.

— Qual a porra do seu problema? — minha voz falha e engulo em seco, percebendo a forma
que me olha.

— Meu problema tem sido você.
É a primeira vez que ele me toca depois do que aconteceu. Sempre foi de me ameaçar com o discurso de que eu ainda não estava pronta, mas, aparentemente, isso mudou. Ele avisou.

Continuar...

Atração fatal Onde histórias criam vida. Descubra agora