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Eu não consigo evitar, é como um ímã e chega a ser desconfortável. Seu cabelo escuro ainda está úmido, com mechas caindo em sua testa, as quais ele ajeita vez ou outra.

Suas coxas grossas e definidas estão à mostra, assim como os braços fortes.

Observo sua mandíbula marcada e travada enquanto assiste Elliot lhe explicando algo, subo o olhar para os seus lábios rosados e ele os umedece, meu rosto parece queimar junto com meu corpo.

Hades foi desenhado com a maior paciência do mundo. Um verdadeiro anjo caído, quanto mais perfeito por fora, mais demônios ele tem por dentro.

Tenho um sobressalto quando o celular vibra em minha mão, frio sobe pela minha espinha quanto leio seu nome, então vejo que em sua mão está o celular.

Eu tento não transparecer meu tormento, reviro os olhos e levanto o olhar para Hades, que agora tem seu cigarro entre os lábios enquanto digita mais alguma coisa.

Engulo e, quando o encaro no quintal, ele está me olhando também, o sol não parece incomodar seus olhos, ele os mantém firmes em mim. Por descuido, deslizo o olhar para sua mão apoiada na coxa.

Aperto o celular em meu peito, roço minhas pernas tentando aliviar a tensão, meu corpo queima.
*

Ah, mas que merda

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Ah, mas que merda. Eu fecho a cortina e me afasto, desbloqueando para respondê-lo: Envio a mensagem e sinto meu coração na boca, logo vem a resposta:

— Heather? — Pulo e meu celular pula junto, indo ao chão.

— Puta merda, pai — murmuro, me agacho rapidamente, ainda trêmula, e pego meu telefone que está na tela da conversa. Eu o bloqueio.

Liam me encara com uma expressão de desaprovação pelo palavreado. Odeio quando faz isso, dele eu só quero receber coisas boas.

— Me desculpa, estava distraída. — Passo por ele, indo até à escrivaninha onde costumo estudar e começo a fechar os livros.

Pelo reflexo, vejo-o colocar as mãos nos bolsos. Ele está usando seu terno habitual, dificilmente o vejo com roupas informais, mesmo em suas férias ele não abandona o personagem de empresário.

— Desça, quero te apresentar ao meu novo sócio — diz, bem-humorado. — E seu filho, claro.

— Não acho um bom momento. — Me viro para ele e encosto na mesa.

— É sempre um bom momento, desça.

Engulo em seco e, sem ter nenhuma opção, acompanho meu pai para o andar de baixo, um pouco relutante e completamente entediada.

Há um tempo ele passou a me levar para seus eventos e conhecer pessoas, mais especificamente garotos da minha idade que são filhos de seus possíveis sócios. Eu só os enrolava.

Papai sempre diz que isso é por um bem maior. Mamãe odeia e o proibiu, mas ele continua às escondidas e me suborna, me deixando sair e voltar a hora que quero, ou com dinheiro para que eu gaste como bem entendo.

"São homens certos e de famílias boas." É como um gravador, ele sempre fala isso, mas nenhum, de fato, chegava a me interessar. Nenhum era tão atraente quanto… Bom, eu realmente não me envolvo.

Viramos para o corredor de seu escritório assim que chegamos no térreo, quanto mais perto estamos, mais escuto algumas vozes com clareza.

— John Howard — meu pai fala animado, chamando a atenção. — Minha filha, Heather.

O homem se vira e percebo o quanto é baixo, parece ser bem mais velho, barba pouco grande e grisalha.

Ele também é careca e usa uma muleta, tem muitas linhas de expressão em seu rosto, denunciando que ele deve ter mais de sessenta anos. Eu me encolho quando percebo seu olhar em mim dos pés à cabeça.

Continuar...

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