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Já na sala de aula, vejo Ava discutindo com Kairon por causa das suas brincadeiras. Eu me viro e olho para Hades, que está lendo um livro de capa toda preta, não sei se ele usa isso para esconder o real nome da obra ou coisa assim.

Deve ser algo sobre satanismo, ou sobre como esconder um corpo, não me surpreenderia se fosse.

Ele sustenta a expressão serena e concentrada, parecendo ser um bom garoto que nunca fez coisas ruins e foi salvo pelo dinheiro do pai. Mas, na realidade, Hades não negava sua natureza problemática, ele não se escondia. Eu não o admiro por talvez ser um psicopata, mas a transparência é invejável.

A sala fica em silêncio quando o diretor Harry Donovan entra, ele não está com uma cara boa, mas raramente aparece bem-humorado.

Logo entra uniformizado Peter Howard, as garotas murmuram gracinhas se perguntando quem é ele, principalmente Ava e Noemia. Sua beleza realmente é de chamar atenção.

Ele olha para todos como se fosse o melhor, talvez eu tenha uma má impressão por seu pai ter me olhado daquela forma. Eu associo Peter ao seu pai.
— Alunos, esse é Peter Howard. — O garoto se aproxima mais enquanto observa a sala. —
Será, a partir de hoje, um de nós. Sejam receptivos e deem boas-vindas.
Simpático, mesmo com o ar arrogante, ele cumprimenta sorridente a todos que falam com ele. As garotas começam a puxar assunto, perguntando de onde era, se tinha namorada...

E alguns falando sobre o quanto ele odiaria cada pessoa desse ambiente, e com isso eu até concordo.

Peter me olha e se senta na mesa a minha frente, seu cheiro era... Doce demais, não que ele fosse a imagem da masculinidade, talvez eu esteja acostumada com o cheiro da nicotina misturado com o perfume amadeirado.

— Olá, Heather. — Ele então se vira e eu o encaro. — Eu ia te contar ontem sobre estudar junto com você, mas não consegui.

Me endireito na cadeira, seus olhos azuis fixos em meus olhos. Ele é confiante, a postura de
quem não se abala fácil.

— Me desculpe, eu tive que sair — minto, mas é melhor do que falar que o livrei de uma possível ameaça de morte, ou da própria morte. — Fico feliz que tenha vindo para cá, tomara que goste.
E então, os pelos de minha nuca se arrepiam e eu já imagino o porquê. Automaticamente, minhas pernas balançam em nervosismo, cada parte de meu corpo sabe identificar quando sua atenção está em mim e isso me atormenta.

— É, tomara, é horrível ser o aluno novo. — Peter bufa uma risada.

Continuar...

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