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A ficha cai quando percebo o poder que dei a ele sobre isso, fui burra em cair na sua provocação. Seja na raiva ou cedendo as suas tentativas, no final, ele sempre ganha algo de mim, demonstrar ciúmes foi meu pior erro.

— Sempre em benefício próprio. — Coloco uma mão na cintura e com a outra pressiono minha testa. — Isso não vai me definir só porque acha que me conhece, você parece ter prazer em me ver na merda, mas adivinha? Eu não vou te dar esse gostinho, Hades.

— Você sempre me dá algo, não o que eu realmente quero, mas dá. — Abraço meu corpo, sentindo o arrepio por todo ele, meu rosto queima mesmo que eu tente parecer indiferente.

Minhas mãos suam e as seco discretamente na toalha envolta de meu corpo, dou apenas um passo para trás, encontrando a escrivaninha com as mãos e me encostando nela.
Hades volta a caminhar lentamente em minha direção.

— Acha que seu desprezo, raiva, tristeza, dor, felicidade ou prazer não me servem de nada?

Eu quero tudo que vem de você, minha rainha.

Estremeço, meu interior se agita com cada palavra possessiva, seu tom rouco e sussurros são quase como um toque. Mas penso nas palavras de papai, Hades é o maior causador de minhas desavenças com ele.

Eu tenho que agir, ficar parada esperando que ele, a qualquer momento, me agarre ou que eu ceda não é uma opção.

— Você é mesmo um psicopata que não sente afeição por nada, sempre que pode me prejudica indiretamente só pra satisfazer esse ego maníaco. O quão frustrado você é com a sua vida, querido?

Ele levanta o queixo e o percebo travando a mandíbula, quase sorrio vendo que o atingi.

Mas quando um pequeno sorriso, mínimo, se forma no canto dos seus lábios, fico em completa confusão.

— O errado não sou eu por te mostrar quem é e te aceitar, a única frustração que eu vejo vem de você com o pai de merda que tanto endeusa — dispara com seriedade. — Então não comece com isso, você não sabe do que fala.

Hades diz entredentes, sinto minhas bochechas queimando com a raiva que me sobe, minha respiração fica pesada.

— É cômico esse seu ódio por Liam, por que parar? Tem medo das verdades? — pergunto cínica.

Sem chances de correr ou sequer pensar, Hades avança rapidamente em cima de mim, passando seu braço em minha cintura. Ele me joga na ponta da cama e se coloca no meio das minhas pernas. Empurro seu peito, tentando o afastar e começo a empurrar com a perna, sem sucesso. Hades pesa seu corpo sobre o meu, me deixando imóvel.

— Você é um covarde — minha voz falha.

Ele, então, se força mais contra mim, o atrito de sua calça na minha virilha está tirando minha concentração para o que eu realmente quero dizer ou fazer.

— Me fale suas verdades, então. Me machuque com elas enquanto te faço gemer — a voz rouca e baixa de Hades ao pé de meu ouvido atinge lugares proibidos em mim.

Meu corpo esquenta e a raiva se mistura ao tesão, involuntariamente meu quadril vai de encontro a sua ereção ainda por baixo da calça. A falta de tecido na minha parte de baixo me faz perceber o quanto eu estou molhada. E ele nem precisou fazer muito.
Desejos impuros que não deviam sequer estar em meus pensamentos me consomem, a possibilidade de machucá-lo também é excitante. Doentia e excitante.

Continuar...

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