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— Eu nem estava com a bola — grito, a empurrando de cima de mim e então me levanto.

— Você parece um neném chorão — Olivia murmura, me olhando de cima a baixo enquanto se afasta, fazendo cara de choro.

— Qual é o problema de vocês? — Folk grita do outro lado da quadra.

Nós duas saímos sem falar nada, mas nos encarando com uma vontade mútua. O jogo continua de onde parou e Olivia se posiciona sendo Pilar. Desvio o olhar e vejo Hades me encarando, meu peito sobe e desce pesadamente. Hades sempre me desperta algo diferente, algo impossível de controlar.

Volto a atenção para o jogo e, sem pensar duas vezes, disparo, agarrando a bola e corro para marcar o Try.

Nenhuma das garotas conseguem me alcançar e falta pouco, Megan se joga na minha frente, a fim de fazer com que eu tropece, mas salto sobre seu corpo. No entanto, assim que Olivia entra em meu campo de visão, sinto meu foco mudar rapidamente na tendência de machucá-la.

Jogo meu corpo contra o da ruiva com tanta força que as duas vão ao chão, marcando o Try, sua cabeça se choca contra o piso de madeira fazendo um barulho audível, meu ombro lateja, e então, quando me sento, vejo todas as jogadoras horrorizadas.

Olivia se encolhe, ainda caída e geme de dor com as mãos na cabeça. Eu ainda estou ofegante e vejo isso como o teatro que ela sempre usa para ser a vítima.

— Walker, fora, agora. Saia da minha frente — a treinadora grita enquanto corre em nossa direção.

Eu não vou perder meu posto de pilar, mas com certeza serei dispensada nos próximos treinos se isso se tornar algo sério. Megan me oferece sua mão, e então, com sua ajuda, me levanto. Os garotos estão com expressões de surpresa. No treino deles ou nos jogos, são muito piores.

— Você está bem? — Peter surge na minha frente com Noemia, que está assustada.

— Estou ótima, Peter.

Então, corro para o vestiário, torcendo para que ninguém venha atrás de mim. Me deixei levar por um ataque de fúria correndo o risco de me colocarem para fora de treinos e competições. Estou com raiva de mim, de Olivia e, principalmente, de Hades por me despertar isso, o pior de mim. Maldito seja.

Papai está concentrado, sentado do outro lado de sua mesa do escritório, sua sobrancelha arqueada e a barba grisalha para fazer, os lábios em uma linha fina de desagrado lhe dá o ar de que vai explodir a qualquer momento.

O diretor Harry está falando com ele no telefone há mais ou menos quarenta minutos, papai mal fala, e quando tem a oportunidade é para me detonar como o diretor provavelmente está fazendo.

E é nessas horas que mamãe faz falta em minha rotina, eu não sou mais nenhuma criança, mas certamente ela me entenderia muito mais e me defenderia com unhas e dentes de situações como essa.

Mamãe não é do tipo que deixa falarem de seus filhos, papai mal podia nos dar esporro em sua presença, então ele se aproveita quando ela está em seus retiros e desconta tudo que lhe foi reprimido.

Continua...

Atração fatal Onde histórias criam vida. Descubra agora