Capítulo 54

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 O próximo dia de treinamento de astronauta prometia ser mais empolgante – simulações de gravidade zero e exercícios de lançamento, tudo o que precisávamos para nos preparar para o "pouso na lua". Se Sam percebeu que estávamos mais relaxada e felizes perto uma da outra, rindo e tocando-nos e trocando olhares mais como um casal de verdade, ela não demonstrou nenhum sinal disso. 

Foi muito divertido. Eu nem mesmo fiquei enjoada nos simuladores de movimentos. Poderia jurar que lauren estava se divertindo quase tanto quanto eu, e quando voltamos ao hotel eu tinha quase conseguido esquecer que ela não era minha mulher de verdade. No jantar, o assunto quase não surgiu. 

Era incomum passarmos uma conversa inteira sem alguém nem mesmo aludir ao nosso acordo, mas ambos parecíamos contentes em ignorá-lo por enquanto. Não tinha certeza se isso era um bom plano, a longo prazo. Na verdade, eu sabia que não era. Mas apenas durante a lua de mel, eu não me importava. 

Eu achava que iríamos ficar por uma semana inteira, pelo menos, mas lauren me disse que três dias era o máximo que ela poderia afastar-se do trabalho. Eu não fiquei feliz com a ideia do nosso tempo ser tão curto – especialmente se isso significava que as coisas entre nós mudariam. Mas não havia necessidade de pensar sobre isso agora. 

Em vez disso, concentrei-me no que nós tínhamos. Mesmo após poucos dias, acostumei-me a acordar ao lado dela, vê-la enquanto seus olhos ainda estavam desfocados e seu cabelo desarrumado. Sempre achei ridiculamente cafona quando as pessoas falavam como alguém poderia ficar mais atraente quando estava grogue e despenteada, mas agora, eu entendia. Não havia nada de intimidadora nela quando acordou – tudo, desde seus olhos levemente inchados ao seu sorriso torto e sonolenta, era completamente acessível e eu nunca pensei que diria isso sobre uma mulher como o Sra. Jauregui. No último dia, finalmente faria minha

"pouso na lua." Eu estava estranhamente tonta com isso, talvez porque era algo para focar minhas atenções além da realidade do fim da nossa lua de mel. Após a simulação de lançamento e órbita – durante a qual eu admito ter aberto um pacote de salgadinho Funyuns e tentei pegá-los todos com a boca – era hora. Eles haviam preparado uma sala inteira para parecer como se fosse a superfície da lua, com paredes e teto salpicados de estrelas, e uma imagem da Terra de um dos lados. As roupas que estávamos usando eram pesadas e desconfortáveis, apesar de certamente não serem tão ruins quanto as de verdade. Resisti à vontade de citar Neil Armstrong quando pisei na superfície rochosa. Fiquei lá por tempo o bastante para quase me convencer de que era real. 

 Não era, é claro – assim como meu casamento com a mulher que estava saltando de volta ao módulo lunar. Precisávamos pegar um voo cedo na manhã seguinte, mas quando voltamos ao hotel, estava claro que nenhum de nós queria dormir. Começou com um sorriso dela – um gesto com um significado secreto que eu agora entendia. Quando eu percebi, ela já estava mordiscando minha orelha e dizendome que eu tinha sido uma garota má, o que eu não tinha certeza se era verdade, mas ela falava com um tom de brincadeira e, no final, eu nem me importava. "Garotas más levam palmadas," 

ela disse, e dei um grito de surpresa. Deitei-me em seu colo, arqueando as costas. Já tive namoradas que me deram palmadas de brincadeira, e sempre achei que isso me provocava um arrepio prazeroso. Mas sempre fui muito tímida para pedir mais. 

Sua mão era quente e forte, e mesmo que estivesse ardendo, os tapas reverberavam dentro de mim, deixando-me toda derretida, fazendo-me estremecer. Eu estava gemendo quando ela me virou e me pegou bem forte e rápido, batendo com a mão na minha boca quando eu gemia muito alto. Estava quente, rápido e explosivo. Eu pensava que seria tudo por aquela noite, mas um tempinho depois, após pedirmos um lanche do serviço de quarto, ela quis de novo – suave e devagar agora,aproveitando nosso tempo juntas. Quando finalmente fomos dormir, jurei que o céu estava começando a ficar claro

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