Capítulo 48

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De alguma forma, enquanto estávamos fora, quase me esqueci de como nossa suíte era bonita. Fiquei impressionada novamente enquanto entrávamos e lauren apertou um interruptor, acendendo o lustre no meio do quarto.

 "É muito bonito," falei, como uma boba. Ela sorriu. "Eu fico feliz que você ache isso." Fiquei no centro da suíte por um momento, apertando os braços contra o peito. Precisava dizer alguma coisa. Precisava dizer a ela o que estava passando pela minha cabeça, mesmo se não fizesse sentido algum. Precisava dela. Nem conseguia olhar para a cama enorme, coberta por travesseiros bem altos, sem imaginá pressionando-me sobre ela. 

"Lauren". Ela se virou para olhar-me. Não sabia o que planejava dizer exatamente, mas cada palavra que vinha à minha mente ficava presa na garganta. Engoli e tentei de novo, e para minha absoluta mortificação, percebi que lágrimas estavam saindo pelos cantos dos meus olhos. Tentei desviar o olhar, mas ela logo veio até mim, gentilmente pegando meus rosto em suas mão e levantando-o em sua direção. Tentei sorrir, mas não consegui. "Tem alguma coisa errada?" ela perguntou suavemente. "Quero dizer... você sabe. Além do óbvio." Ela também tentava sorrir e não conseguia. 

"Nada," respondi, com uma voz abafada por estar chorando. Bem, isso era convincente. "Sério? Por que eu não acredito em você?" ela indagou. Ri um pouco, por entre as lágrimas. "Desculpa," respondi. "Desculpa mesmo." "Por favor, não se desculpe." Balancei a cabeça. "Não é por causa disso. Eu estou me desculpando por... deixar as coisas ficarem pessoais demais." Funguei. "Você sabe o que eu quero dizer." "Por favor, não se desculpe por isso também," ela disse. "Eu não deveria... eu nunca deveria...

" Ela hesitou. "Desculpa," disse, ao final. "Pode ser que, na verdade, nenhum de nós tenha algo pra se desculpar," falei. "Pode ser," ela disse, com um brilho nos olhos que fez meus dedos formigarem. "Foi estupidez, né?" falei, deixando cair a última lágrima. "Dizer que a gente não ia deixar as coisas ficarem pessoais? É claro que ia ficar pessoal. É natural. Não tem mal nenhum nisso, tem?" Limpei a garganta. "Quer dizer, enquanto a gente manter a cabeça no lugar." "Será que a gente consegue?" Ela pareceu... cética. E, na mesma hora, percebi que ela não queria parecer assim. Dei de ombros. 

"Isso importa?" Ela olhou para mim, seus lábios abriram-se um pouco. Como se ela quisesse dizer algo, mas não sabia como. "Tem certeza?" ela perguntou. "Você tem... certeza absoluta?" Fiquei na ponta dos pés e pressionei os lábios contra os dela. Naquele instante, foi como se  tivesse dado um estalo. Mais do que quando eu o havia beijado agora percebi que ela estava se segurando desde então.

  Podia sentir isso em seu corpo apertado contra o meu, em seu toque. Percebi que ela mexia-se, empurrando-me para trás, até que senti meu corpo encostando-se àparede enquanto sua boca devorava a minha. Ela soltou meu rosto e pegou minha cintura, forte – quase ao ponto de machucar – levantando meus braços contra a parede também, prendendo minhas mãos sobre minha cabeça. Senti-me deliciosamente indefesa. Algo dentro de mim, um calor que vinha crescendo desde a primeira vez que coloquei os olhos nela, crescia e crescia. Meu sangue parecia derretido em minhas veias.

 Se ela não tocasse logo algo além dos meus pulsos, eu explodiria. Ela pressionou o joelho entre minhas coxas. Gemi, sentindo-me intumescer contra o músculo duro de sua perna. Ela finalmente soltou meus pulsos. Peguei pelos ombros, puxando para o mais perto possível. Quando pensei que ela não poderia beijar-me mais profundamente, ela encontrou um jeito. Quando finalmente se afastou, estávamos ofegantes; lembrei-me daquela noite no apartamento vazio e, de repente, fiquei com muito medo. Mas ela apenas sorriu e pegou minha mão, puxando-me para o quarto. 

Ela parou ao pé da cama para beijar-me novamente. Não conseguia lembrar-me da última vez que tinha apenas beijado alguém por tanto tempo assim – ou talvez tenha durado apenas alguns minutos, não sabia mais dizer. O tique-taque do relógio de pêndulo na sala de jantar parecia, às vezes, estar muito, muito rápido, e então muito, muito devagar. Quando finalmente ela parou, de novo, meus lábios pareciam estar machucados. 

Cada respiração parecia muito curta, como se não conseguisse pegar o ar e encher novamente os pulmões. Sua boca curvou-se em um meio-sorriso. "Relaxa," ela disse. "Respire." Estava tão óbvio assim?

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