setenta e dois

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BIA

O apartamento estava silencioso até demais, Lennon mexia seus dedos indicando ansiedade enquanto me analisava e esperava eu começar a falar.

Respirei fundo e sentei no sofá fixando meus olhos em um canto que não seja no homem ao meu lado. Uma atitude que pareça covarde mais no momento era a única forma que havia encontrado para desenrolar.

Bia: Eu sinceramente não achei que fosse fazer isso aqui. - confessei. - Deixar meu orgulho de lado e me resolver com alguém? - ri fraco. - Nunca!

Ele veio calado e se sentou do meu lado. Peguei em sua mão e voltei a olha-lo.

Bia: Só que isso foi só até eu te conhecer, Lennon. Tudo bem, eu demorei pra entender o seu lado e precisei até te perder pra perceber tudo o que você tentou me dizer esse tempo todo.

Lennon: Escuta. - pegou no meu rosto e olhou no fundo dos meus olhos. - Tu nunca me perdeu pô, eu tô aqui não tô? - assenti.

Bia: E eu acho que nem mereço tudo o que você é na minha vida. - sorri. - Desculpa Lê, desculpa por não enxergar o que deveria ter sido enxergado, além da maneira como me trata e quão você me ama, deveria ter enxergado a situação que eu te coloquei.

Bia: Você cicatrizou feridas que nem foram você quem as causou. E eu sempre apontando o dedo e não reconhecendo o quão a barra estava difícil pro teu lado também.

Lennon: Bianca eu te amo! Nunca esteve difícil desse jeito, eu fiz uma promessa de que você iria esquecer o teu passado e ia conseguir seguir em frente. Não está difícil ter que te ajudar nisso, começou a ficar foda quando eu passei a fazer isso sozinho. - tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. - Não adianta eu estar aqui contigo, se você não fazer a tua parte.

Lennon: Tu sempre fala "não é fácil assim" ou "eu tô tentando" mas no final, seu passado fala mais alto e te vence.

Bia: Pra mim sempre pareceu mais fácil assim.

Lennon: Fico preocupado contigo, tu vai adoecer.

Bia: Eu preciso de mais ajuda Lennon sei disso, só que tento evitar a tempos o inevitável.

Lennon: Como assim?

Bia: Preciso voltar pra terapia, só que depois de tanto tempo eu olho pra trás e sinto um certo preconceito por mim mesma.

Lennon: Por ter que fazer terapia? - assenti. - Não fala isso, vai te ajudar demais a lidar com tudo.

Bia: Eu nunca deveria ter saído, achei que já estivesse bem e parei de ir. Nem acredito que vou falar isso mais tá na hora de voltar. - bufei.

Lennon: Se quiser eu vou contigo. - olhei surpresa pra ele. - O que?

Bia: Sério mesmo? 

Lennon: É pô. Quando der te levo nas seções vou te fazendo companhia.

Bia: Te amo! - ele sorriu e me beijou. - Tem certeza que você é de verdade? - rimos. - Tô perdoada?

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