XXX Capítulo

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Blue Thomas

= Escolhas Difíceis=

Esfrego as minhas mãos uma contra outra.

Anseio ardentemente chegar ao café onde Vienna e eu decidimos nos encontrar, mas o táxi parece demorar mais do que o necessário para chegar ao destino. Porém, agora que o meu carro foi para a manutenção por causa do vidro quebrado, este é um dos únicos transportes que tenho disponível.

Vienna…

Minha pobre amiga e mais uma das vítimas do crime de Sandra, ou Amy depois que começou o seu negócio fraudulento.

Vienna e eu, nos conhecemos há quase cinco anos atrás, quando decidi começar a consertar os erros da minha mãe e quando o meu avô insistiu que eu começasse a trabalhar na sua sede, que começasse a agir como o seu herdeiro deveria agir de verdade.

Naquela época, Vienna ainda não trabalhava no Meet, mas no café onde decidimos nos encontrar hoje. Ela sorria alegremente quando a vi pela primeira vez e fiz um pedido. Mas, quando finalmente a vi fora de seu ambiente de trabalho, percebi que ela tinha mais problemas do que gostava de demonstrar. Isto nos uniu e, mais tarde, quando descobri que ela também era uma das vítimas, fiz de tudo para estreitar ainda mais a nossa relação. 

Assim como eu, ela é filha única e teve que arcar com os problemas financeiros do seu pai a vida toda. Então, é meu dever cuidar dela agora; pelo menos, aliviar o seu fardo.

— Chegamos ao destino, rapaz — O taxista com um enorme bigode e olhos esbugalhados diz com um sorriso. — Não tenho o costume de meter-me na vida dos outros, mas parece que está prestes a ter um colapso.

Suspiro fundo.

— Obrigado pela preocupação, mas vai ficar tudo bem. Deus o abençoe por tanta gentileza. — Entrego o dinheiro de passagem quando o homem demora para aceitá-lo. — Está completo, pode conferir, senhor.

— Claro que está! — O homem resmunga e recebe, por fim, o dinheiro na minha mão com rispidez. — Saia do meu táxi e pare de falar de Deus. Eu não à nenhuma missa ou seja o que for!

Fico surpreso e confuso com a mudança de humor, mas nada respondo, apenas desço do táxi com uma leve oração para que a vida desse homem seja tomada pelo Poder dO Senhor.

Em menos de vinte passos estou dentro construção vintage de aspecto acolhedor. Procuro com o olhar por Vienna, mas é ela que vem ao meu encontro com os olhos avermelhados.

— Finalmente, chegaste. — Vienna abraça-me e ainda que sinta-me levemente desconfortável, devolvo-lhe o abraço, mas não o prolongo. — Obrigada por apareceres. Não sabes o quanto isso é importante para mim.

Coloco as minhas mãos nos bolsos do meu casaco e tento não focar nos olhos castanhos escuros e angustiados de Vienna ou até mesmo no seu pulso arroxeado. Rapidamente, seguro a sua mão para repará-lo, mas ela encolhe a mão com a dor.

— Foi o teu pai que fez isso? — pergunto sem rodeios, mas ela não responde ou levanta o olhar.

— Vamos sentar-nos, Blue. Vamos pedir algo para nós. — Vienna recolhe a sua mão e segue para uma mesa mais discreta, mais pessoal, assim como, a conversa que nos aguarda.

— Não me digas que ele voltou a agredir-te, Vie… — Não tenho uma resposta. A minha voz está embargada, mal consigo respirar. — E quando é que tiveste tempo de ir visitá-lo?

Vienna sorri de modo triste, sem pretensão de responder, mas volto a questionar-lhe o mesmo.

— Ontem de manhã. Só queria ver como ele estava.

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