Acordei sentindo o espaço ao meu lado vazio. Os lençóis ainda tinham o calor dele, mas Luke não estava mais ali. Meu coração apertou levemente. Olhei ao redor do quarto, mas tudo estava em silêncio. As cortinas balançavam suavemente com a brisa da manhã que entrava pela janela, trazendo o cheiro fresco de grama molhada. Levantei da cama devagar, com os pés tocando o chão frio de madeira, saí do quarto.
O corredor estava silencioso, mas algo chamou minha atenção: o cheiro. Um aroma acolhedor, quente, de comida caseira. Meu estômago roncou, e segui o perfume guiada pela curiosidade. Quando me aproximei da cozinha, ouvi vozes. Eram suaves, acompanhadas por risadas baixas.
Assim que cheguei, vi Luke e uma mulher conversando. Ele estava de costas para mim, usando apenas uma calça de moletom, os músculos das costas relaxados. A mulher estava de frente para o fogão, mexendo em uma panela. Seu cabelo longo caía sobre os ombros, e, mesmo sem ver seu rosto, uma sensação incômoda tomou conta de mim. Eles estavam próximos, mais do que eu achava aceitável.
Observei quando ela pegou uma colher, encheu com o que estava cozinhando e a levou até os lábios dele.
- Está bom? - perguntou ela, com um tom leve demais.
- Está sim. Tudo que você faz fica bom - respondeu Luke, com um sorriso que fez meu peito apertar ainda mais.Eles riram juntos, cúmplices, e algo dentro de mim queimou. Luke não faria isso, pensei, tentando afastar o desconforto. Mas, quando ela soltou:
- Você acha mesmo, meu lindo?
Minha paciência se esgotou. Meu coração disparou, e já estava me virando para sair dali quando a mulher se virou. Nossos olhares se encontraram, e eu congelei. Ela não era nada do que eu esperava. Seus traços eram elegantes, e as marcas do tempo estavam ali. Devia ter uns quarenta e poucos anos, o que me deixou ainda mais confusa.
- Olha só, parece que ela acordou - disse a mulher, sorrindo. - E é exatamente como você disse, Luke. Uma princesa.
Princesa? Meu estômago deu um nó. Luke se virou para mim com aquele sorriso relaxado que eu queria odiar, mas não conseguia. Ele parecia tão à vontade. Abri a boca para falar algo, mas minha voz não saía.
- Obrigada - murmurei, finalmente, sem saber como reagir.
- Nicole, vem cá - chamou ele, estendendo a mão para mim.
Caminhei até ele, hesitante, tentando entender o que estava acontecendo. Meu coração ainda estava acelerado.
- Essa é a Rosan, mãe do Cal. Ela é tipo uma mãe para mim - explicou Luke.
Mãe? Tipo mãe? Meu rosto ficou quente de vergonha. Como fui tão idiota? Sorri, tentando disfarçar o quanto me sentia boba naquele momento. Luke me puxou para um abraço rápido e reconfortante.
- Eu queria muito te conhecer - disse Rosan, com um sorriso caloroso. - Ouvi o Luke falar tanto de você.
- Tá bom, Rosan - cortou Luke, rindo. - Tá com fome?
Assenti em silêncio, enquanto Cal entrava na cozinha. Seu sorriso despreocupado preencheu o ambiente.
- Bom dia. Vejo que hoje o café da manhã é especial - disse ele, dando um beijo no rosto da mãe.
Ele olhou para mim e para Luke, antes de perguntar:
- E você, como tá?
- Tô bem, mas... como ela ficou? - perguntei, sem conseguir esconder a preocupação.
Cal parou por um momento, colocando a mão no queixo como se avaliasse a pergunta.
- Tá bem. Chorou um pouco e depois parou.
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GANGSTER
RomanceNicole Forbes é uma garota de 17 anos, muito tímida e recatada, que mora em uma cidade pequena. Sempre foi uma romântica incurável. Sua vida muda quando descobre que Luke Bryan, irmão de sua melhor amiga e chefe de uma gangue, está de volta à cidade...