Capítulo 5

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O refeitório estava vazio e eu estava olhando o nada. Acho que eu poderia comer algo, já que não teria que me preocupar com Karla durante algumas horas. Ou vai saber, a qualquer momento alguém poderia me dizer que ela explodiu uma sala de aula, ou ter matado algum aluno, até mesmo tentando deixar algum professor cego usando um lápis, talvez até ter tentando colocar fogo na escola.

- Oi. – Zoe puxou a cadeira e se sentou ao meu lado. Desviei meu olhar para ela sem entender exatamente o que ela estava fazendo ali.

- Oi.

- Já tomou café da manha? – Ela inclinou-se sobre a mesa em minha direção e apoiou o rosto nas mãos. – Acho que já, não é? – Curvou a boca em decepção.

- Na verdade, não. – Respondi olhando seus lábios que se abriram em um sorriso.

- Então me faça companhia, nós podemos tomar café da manha juntos. - Ela parecia animada enquanto levantava da cadeira. - Vamos, tem coisas deliciosas.

Qualquer coisa Zoe, qualquer coisa!

Levantei-me a acompanhando.

E ela realmente tinha razão sobre coisas deliciosas. Apesar do café não ser tão bom quanto eu esperava a comida realmente era encarável. Por ter estudado em uma escola militar qualquer coisa se tornava boa.

Zoe sentou-se bem próxima de mim, e não era algo como sentar-se de frente, ou do meu lado, se ela tivesse uma oportunidade, estaria sentada no meu colo, e isso já era bem mais do que eu esperava. Ela falava bastante e toda vez que terminava uma frase, a terminava com a mão em meu braço ou joelho. Essa mulher seria fácil e estava mandando sinais de que estava interessada.

- Então, vai ficar por aqui até as aulas da madame acabarem? – Zoe perguntou sorridente.

- Não sei exatamente até quando ficarei por aqui. – Lançou-me um olhar confuso. – É complicado, posso ficar até o ano letivo acabar, posso ir embora semana que vem, ou posso ficar anos no pé da "madame" como você diz.

- Espero que essa sua estadia por aqui seja boa. – Zoe passou a língua pelo lábio inferior de um jeito tentador. Eu tinha que beijá-la.

- Não faz isso. – Pedi quando a vi morder o lábio enquanto me olhava.

- O que?

- Morder o Lábio. - Respondi.

- Por quê? - Sua voz saiu baixa enquanto eu me aproximava aos poucos.

- Porque eu sinto vontade de beijar mulheres que fazem isso. - Segurei sua nuca e a puxei com a intenção de beijá-la, suas mãos seguraram meu rosto e quando estava perto o suficiente algo apitou.

- Merda. - Zoe estava com os olhos fechados, mas logo se afastou pegando o celular na mão. - Desculpa, tenho que ir. – Ela afastou minha mão da sua nuca e se levantou. – Ocorrência no primeiro ano. – Encolheu os ombros sem jeito e afastou-se.

- Trocado por um pirralho do primeiro ano. – Revirei os olhos.

Balancei a cabeça em um não e me levantei. Sai do refeitório e comecei uma longa caminhada pelo campus para conhecer todos os pontos dele.

Pelo que pude ver, o ponto mais fraco da escola eram as árvores que ligavam a cidade de Lake Forest. Era bem extenso a quantidade de árvores que havia ali e bem no meio havia uma clareira, alguém acendeu uma fogueira recentemente, dava para ver pelas marcas que haviam deixado. E estava claro que isso era coisa de adolescentes, talvez uma reunião, ou algum encontro de casais, talvez uma seita. Mas tinha cara de adolescentes e festa.

Acabei por rir das possibilidades, isso me trazia memórias da escola, muitas memórias.

Por fim eu acabei por voltar para estrutura principal do campus. E bem no meio do caminho minha chefe Dulce, que nada deixa passar, acabou por me ligar dizendo que queria um relatório sobre o porque seu filho havia passado alguns longos minutos na sala da diretora. Claro, agora eu também era baba de Tomas.

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