Capítulo 34

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Allan

Karla havia se retirado para dormir e por alguns longos minutos eu pensei em ir atrás dela, pensei mesmo, até mesmo dei alguns passos para esse fim, mas no final eu sabia que não dormiria, a olharia deitada na minha cama ao meu lado e faria algo que não deveria, porque tudo que eu queria era vê-la em baixo de mim gemendo. E só de pensar nisso meu corpo todo respondia e isso significava que eu teria que me manter o mais longe que conseguisse daquele quarto, enquanto ela estivesse na minha cama seminua.

Acabei voltando para sala com a intenção de assistir desenhos animados até que minha mente parasse de me trair para conseguir dormir.

O que deu até certo, certo até de mais já que havia dormido esparramado no sofá da sala, o que também havia gerado dor nas minhas costas quando acordei no dia seguinte quase no chão. Maldito sofá!

Eu não havia dormindo nem ao menos cinco horas, se tivesse em uma cama teria dormido muito mais... Ou muito menos, tudo dependeria da cama e quem estivesse ao meu lado. Mas isso não mudava os fatos, eu estava quebrado por causa do sofá e tudo que eu precisava era de um banho e uma cama.

Levantei tão sonolento que nem ao menos sabia para onde estava indo, até que se não tivesse aberto os olhos teria dado de cara com a parede. É, eu realmente precisava de um banho urgente.

Felizmente a água estava quente, o que fez meu corpo relaxar e apesar das horas de sono mal dormidas naquele maldito sofá, eu ainda queria dormir por longas horas, e o banho quente só me fazia querer fechar os olhos. Eu realmente estava moído.


A cama que havia no segundo quarto me chamava para ela, parecia tão confortável, macia e quente, isso me fez pensar se eu teria realmente que me vestir ou se deveria cair de cara para dormir por mais algumas horas. Porem colocar uma roupa era prioridade naquele momento.

Abri a porta do quarto terminando de colocar uma camisa de mangas cumpridas e sai pelo corredor, eu provavelmente deveria ter esperado, pelo menos, mais alguns segundos, porque quando cheguei na cozinha a porta de vidro que dava para a sacada simplesmente estilhaçou-se. Olhei para o teto pedindo para santo criador que fosse apenas algum defeito ou talvez a idade da porta, mesmo sabendo que não era.

Caminhei nas pontas dos pés até conseguir ver com clareza a porta da sacada e minha boca se abriu em surpresa. Para o inferno, atiraram na porta, ela não aguentou e parte dela caiu fazendo um belo estrago no meu piso. Olhei pela sala e fechei os olhos em desgosto, foram três disparos, um havia deslizado pelo chão até a porta de entrada, o outro estava na parede e o último estava na minha TV.

- Minha TV. - Choraminguei. - Ela era nova.

Respirei tentando manter a calma. Assim que possível eu mandaria a conta para Charles, isso nada mais era do que a culpa dele, se eu não estivesse de baba da filha daquele cara minha, TV não teria ido pro saco. Era bom ele resolver isso.

Merda, minha TV.

Respirei com calma e olhei novamente o lugar.

Os disparos foram feitos do outro lado da rua, era o único ponto que conseguiriam, alto o suficiente e ninguém os veriam, e pelo ângulo dos projeteis aconteceram do lado esquerdo, já que foderam com a minha TV e parede.

Olhei novamente pelo lugar para tentar achar alguma coisa que não havia visto, isso me fez dar alguns passos para frente em direção a parede, mas antes que eu conseguisse chegar até lá mais disparos foram feitos e tudo que pude ver foram projeteis deslizando pelo chão e meu corpo tomando o caminho contrário. Acho que dessa vez eles não estavam interessados em manter ninguém vivo.

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