Capítulo 40

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Allan  

Estava há um tempo acordado. Já havia me levantado, tomado banho e voltado para a cama. Até pensei em voltar a dormir, mas apenas virei-me e fiquei a observar Karla com os olhos fechados e a respiração calma.

Ela havia arranhado minhas costas na noite passada e mordido vários pontos do meu pescoço, ombros e braços sem perceber. Mas seu corpo também estava marcado. Seus ombros estavam avermelhados, igualmente como seus seios, barriga e pernas.

Tirei seus cabelos da frente dos seus olhos a fazendo se mexer incomodada.

- Acorde. - Beijei seu rosto.

- Hum? - Resmungou sonolenta.

- Levante. - Sussurrei mordendo sua orelha a fazendo rir.

Karla levantou os braços a cima da cabeça espreguiçando-se de um jeito muito calmo. O lençol que cobria seu corpo escorregou alguns centímetros até seus seios ficarem amostras.

- Só mais meia hora. - Pediu sem abrir os olhos.

- Nem mais cinco minutos. - Segurei seu seio e beijei seu pescoço.

- Allan. - Resmungou puxando o lençol para cobri-la.

- Karla. - Ela riu. - Levante. Tome um banho, enquanto isso estarei na cozinha... - Dei-lhe um selinho. - Vou tentar preparar algo para comer.

Abriu os olhos um tanto incomodada pela claridade que entrava pela janela e me olhou.

- Comida. - Murmurou animada. - Certo, já vou. - Voltou a fechar os olhos.

Respirei fundo. Ela não levantaria dali tão cedo.

Karla puxou o lençol ate cobrir sua cabeça. Levantei-me, dei a volta na cama devagar, apenas a observando. Eu puxaria aquela coisa.

Agarrei o tecido e o puxei para longe do seu corpo nu.

- Não, não. Devolve. - Pediu esticando os braços.

- Você acha que eu não sei que não quer se levantar por vergonha? - Ela continuou com os braços esticados, fazendo um bico maior que ela. - Vai ter que se acostumar.

- Que seja, me devolve. O ar está gelado. - Reclamou puxando a ponta do lençol.

- Não está não. - Afastei-me dela. - Isso é uma desculpa para eu não ficar olhando você nua.

- Talvez seja mesmo. - Tremeu as mãos. - Agora devolve. - Balancei a cabeça em um não e joguei o lençol por cima dela a cobrindo novamente. - Muito obrigada. - Enrolou-se como se fosse nevar a qualquer momento.


Não havia muitas coisas nos armários. Apenas alguns biscoitos, ovos, leite em pó, café, sachês de chá e enlatados que não resolveriam minha vida, pouco menos a vida de Karla. Não estávamos passando fome para comer aquilo.

Com minhas poucas escolhas, tudo que consegui fazer foi omelete e café. Estava com fome e opção me parecia ótimo. Não queria ir até a entrada na cidade novamente e exibir Karla por ali, não era uma escolha.

- Allan? - Karla me chamou com voz manhosa. Ela caminhou devagar até parar atrás de mim, colocou suas mãos em minhas costas e beijou meu pescoço. - O que está fazendo? – Sua voz chegou em um sussurro e seus braços me envolveram em um abraço.

- Nosso café da manha. - Segurei seu braço. - Não temos muitas escolhas... Na verdade não temos nenhuma, mas... - A puxei para ficar de frente para mim. - O que eu ia dizer mesmo? - Sorri de um jeito pervertido.

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