Capítulo 7

335 21 0
                                    

Havia dormido pouco, passei algumas horas na academia, isso me ajudava a relaxar e pensar um pouco melhor. Mas também me deixava cansado e com fome, eu simplesmente não queria me levantar, mas estava na hora. Alguma coisa me dizia que Karla não era nada pontual.

Caminhando pelo gramado algo me voltou a mente. Quando estava voltando para o quarto Zoe falava com alguém, era realmente uma conversa esquisita, eu não podia dizer sobre o que era exatamente, apenas que era estranha, mas para descobrir eu teria que perguntar ou investigá-la. Não que eu desconfiasse plenamente de Zoe, mas aquela conversa foi muito estranha.

Parei na porta de Karla e bati. Nenhuma resposta, isso poderia ser um problema. Mas antes de tentar chamar a Swat eu bati novamente.

- Entra.

Respirei aliviado e abri a porta.

Karla ainda estava deitada na cama, ela abraçava o travesseiro de um jeito engraçado e a coberta cobria apenas metade do seu corpo, uma das pernas estava de fora e ela parecia acabada.

- Estava dormindo? – Perguntei com um tom de implicância.

- Aham, até você entrar. – Ela esfregou os olhos e reclamou. – Droga. Dormi com maquiagem. – É, ela parecia um panda. Karla levantou tropeçando nos próprios pés fuçou no armário pegando algumas peças.

- Vou tomar banho. – Avisou bocejando enquanto entrava no banheiro.

De dentro do banheiro eu podia escutá-la xingando por ter chutado algo, logo em seguida escutei a água caindo, não demorou muito e ela xingou novamente quando algo caiu. Eu realmente esperava que isso tudo fosse pelo sono.

Ela deve ter ficado lá por mais de quarenta minutos, deveria olhar o fenômeno da água caindo do chuveiro. Como podia demorar tanto? Quando saiu, seus cabelos estavam tão encharcado que pingavam no chão. Seus olhos não estavam mais pretos, mas ela parecia realmente exausta, deveria ter dormido apenas algumas horas.

- Que horas são?

- Quase oito. - Respondi olhando para o relógio.

- Quantas pessoas hoje em dia usam isso? - Karla sorriu olhando para o meu pulso.

- Poucas. - Respondi.

- É, hoje em dia as pessoas usam celular. - Karla pegou o secador ainda sorrindo. - Posso ver?

- Largue qualquer coisa que estiver na mão. - Apontei para o secador que ela colocou em cima da cama. Tirei o relógio do meu pulso e entreguei a ela.

- É de corda. - Ela o analisava. - Você tem certeza que isso está com a hora certa?

- Sim. - Sorri.

- É antigo, não é?

- Não muito. Era do meu pai. - Respondi. - Ganhei quando me formei.

- Meu pai tem um parecido. Na verdade ele tem uma coleção. - Karla me entregou o relógio. - Não sei para que, acho que um já é o suficiente.

- Você não tem somente um acessório, tem? - Coloquei de volta no meu pulso.

- É, você me pegou. - Karla riu enquanto ligava o secador.

O barulho daquilo era bem chato, chegava até me irritar um pouco, muito na verdade. Sempre fugia quando minha mãe ou uma das minhas irmãs ligavam esse tipo de aparelho.

Depois de julgar que seus cabelos estavam secos, ela parou de frente para o espelho do seu armário e tirou o piercing do septo. Okay. Isso foi esquisito. Ela o tirou do nariz, pegou algo para o limpar e o colocou de volta fazendo um malabarismo para escondê-lo de novo.

Lake Forest AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora