Allan
Eu estava esperando Karla sair da sala de aula. Bem, na verdade eu estava esperando o último sinal tocar para Karla sair da sala e fazer qualquer outra coisa que tivesse para fazer. O que eu acho que não era muito. Provavelmente voltaria para quarto e vegetaria.
Isso até uma das professoras de Karla parar bem na minha frente com os braços cruzados me dando uma ordem. Entregou-me um envelope selado endereçado a Karla. Se eu por algum acaso fiquei desconfiado com essa atitude? Com toda a certeza, eu até esperei ela ir para esmagar o papel e ter certeza de que havia uma carta ali. Mas antes disso ela simplesmente me deu uma lista do que Karla precisava fazer. Eu por acaso tinha cara de mensageiro? Eu não poderia dizer muita coisa porque a final de contas ela até que era uma senhora simpática.
- Você sabe de todos os meus horários? - Karla caminhava em minha direção com uma expressão de indignada.
- Deixe-me ver. - Tirei o celular do bolso e abri o arquivo com o horário da garota. - É de cada um, até mesmo das atividades que você vai ser obrigada a fazer com essa palhaçada de casas.
- É legal. - Ela murmurou fazendo bico.
- Que seja. Tenho uma cópia impressa no meu quarto também. Sei de cada coisa que faz e quando faz. - A encarei como se ela tivesse colocado fogo em algo.
- Ei... Eu não fiz nada, não dessa vez.
- Que seja. Uma das suas professoras pediu para lhe entregar isso. - Entreguei o envelope que eu havia basicamente destruído. - E essa lista de afazeres. - Bocejei.
- Não dormiu não? - Ela abriu a lista de afazeres. - Caramba.
- Não.
- Vai ser muito rude se eu perguntar se você teve algo a ver com o fato do envelope estar dessa forma? - Karla balançou a carta amassada.
- Eu queria ter certeza se não havia nada dentro dele. - Encolhi os ombros.
- Você poderia ter aberto sabia? - A garota balançava a cabeça em um não enquanto rasgava o papel. - É uma carta da diretora sobre a minha pequena escapada do colégio. Não precisava ter acabado com ela.
- Desculpe? - Bocejei de novo.
- Que seja. - Ela bufou. - Você precisa ir em um médico pra ver essa coisa. É sério. Se você tomar algo para dormir mais vai me deixar dormir até as oito. - Karla bateu de leve no meu braço e começou a andar.
- Não seria justo da minha parte te ver dormir enquanto eu não posso. - Sorri de um jeito irônico. - Suas atividades começam amanhã a tarde?
- Achei que tinha todos os meus horários. - Ela virou-se para me olhar enquanto caminhava de costas. - Sabia de cada passo meu antes mesmo de eu os dar.
- Tira esse meio sorriso da cara e me responde. - Parei cruzando só braços. - Não quero abrir o arquivo de novo.
- Não, só semana que vem. - Karla riu voltando a andar normalmente.
Entramos no prédio e Karla murmurou algo sobre o elevador estar quebrado novamente. Pelo jeito ela não era muito chegada a fazer exercícios, muito menos a subir escadas. A garota ficou pelo menos cinco minutos procurando a chave da porta para abri-la e quando finalmente o fez eu fiquei aliviado por não ter que fazer isso sem uma chave.
Eu fui direto para a poltrona da janela e Karla para a cama tirando tudo de dentro da bolsa, puxando os livros para si.
- Você pode ser meu segurança, mas estou te contratando temporariamente para ser meu professor particular. - Aquele sorriso esquisito estava de novo em seu rosto. - Eu pago bem, prometo. Então, anda. - Sua voz mudou totalmente de tom mostrando que aquilo havia sido uma ordem.
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Lake Forest Academy
RomanceCorrer talvez seja a única forma de me manter viva. Que segredos ela guardava e por que estão atrás de mim? Eu não sei, sei que foi morta e talvez eu seja a próxima. Todos acreditam que eu saiba de algo, algo que está colocando a minha vida em perig...