Capítulo 32

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Eu não conseguia soltá-la, nem se quer tirar as mãos dela, mas, ao mesmo tempo, eu sábia que tinha. Era conflituoso querer tanto e saber que estava errado.

Havia um caso não resolvido, uma garota no meu apartamento sendo ameaçada de morte e perseguida por alguém que não tínhamos ideia, a mesma garota que eu estava beijando, filha do meu chefe. Não que fosse proibido, apenas contra as regras, uma das regras do meu trabalho, não se relacionar ou se envolver emocionalmente com pessoas envolvidas no caso em que está trabalhando. Mas era impossível, não queria viver com minha consciência me dizendo que deveria ter feito algo que não fiz.

E se for errado? Claramente é!

Então serei penalizado pelo que estava fazendo, mas valeria cada problema que arrumaria lá na frente.

- Frouxo, não é? - A coloquei no chão e segurei seu rosto.

- É. - Concordou.

- Você me acha frouxo? - Karla concordou com a cabeça rindo. - Nem vou dizer quem é frou... - Tocaram a campainha.

Sempre alguém atrapalhando, qual era o problema afinal de contas?

Fiz sinal para Karla ficar onde estava, ela concordou com a cabeça nada confortável voltado a se sentar no sofá.

Ninguém havia interfonado, então poderia ser qualquer um ali. Caminhei até a porta, olhei pelo olho mágico e respirei aliviado em ver Dulce e Tomas parados na porta esperando que eu abrisse a porta.

Abri a tranca extra e girei a chave na porta a deixando abrir. Tomas nem se quer olhou na minha cara, passou por mim indo direto até Karla em um tiro. Os dois se abraçaram e antes que eu falasse algo voltei minha atenção para Dulce, que empurrou a mala de Karla para dentro do meu apartamento.

- Eu estava na minha folga e depois de um Allan me arrumando serviço, um Charles nada contente... - Dulce abaixou o tom de voz. - Me ligou, contando as novidades. Pegaram dois atiradores de quatro, um deles está no hospital, o outro preso, porque nenhum deles quer abrir a maldita boca e contar o que aconteceu, quem os contratou e por que estavam atirando na direção de Karla. - Sorriu de um jeito mal humorado. - E adivinhe. Ela não pode voltar para a escola, não agora. Não depois de tudo isso. Ela não pode voltar para casa, Charles acha que tem alguém vigiando o lugar e ele não conseguiu um maldito lugar seguro para enviá-los. Karla vai ficar aqui até segundas ordens.

- Dulce, eu não sei se posso.

- Claro que pode. Charles confia em você.

- É difícil, Dulce. - Peguei a mala que ela ainda segurava e a levei para o meu quarto.

Era muito difícil. E por mais que eu quisesse ficar até o final desse caso com ela, eu também queria me livrar o mais rápido possível, me livrar desse caso significaria ficar com Karla e não ter que mentir em nenhum relatório.


Karla

Parecia que eu estava com uma crise de asma, puxava o ar com força e anciã como se não fosse respirar mais. Estava com ansiedade, não esperava que ele fosse me colocar contra uma parede, que fosse me beijar, sorrir e dizer que sabia que não conseguiria parar de me beijar se o fizesse.

Fechei os olhos, respirei pela boca, lembrando da sensação da sua boca na minha, das suas mãos nas minhas pernas. Se não fosse aquela maldita campainha.

- Rapunzel. – Tomas entrou no apartamento e veio na minha direção. – Graças a Deus está tudo bem. - Ele segurou minhas mãos. Eu abri os olhos e o abracei.

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