Capítulo 12

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Quando acordei novamente Zoe estava deitada ao meu lado na cama, estava encolhida coberta até a cintura, passei os dedos pelo seu braço e ela abriu os olhos, espreguiçou-se e sorriu.

- Seu humor melhorou? - Perguntei tirando uma mecha de seu cabelo da frente do seu rosto.

- Uhum. – Ela me abraçou e passou por cima de mim. – Quanto tempo temos?

- Não temos. - Respondi. - Achei que não aparecia e não arrumei o despertador. - Mostrei o celular.

- Certo. - Sentou-se na cama ficando de costas para mim. - Eu vou falar com Katharine sobre ontem e você vá falar com ela, mas saiba que não vou desistir da reclamação.

- Eu suspeito que não.

- Então, anda. - Ela levantou e foi até a porta. - Você precisa fazer seu trabalho.

Parei na frente da porta de Karla e bati. Eu a mataria, sabia que teríamos outra discussão, mas se eu era responsável pela segurança dela, ela teria que fazer as coisas do meu jeito ou logo mais eu surtaria.

Karla gritou do quarto para eu entrar e sem pensar duas vezes eu entrei.

Agora eu bateria nela.

- Se divertiu ontem a noite? - Perguntei em um tom irônico. - Eu quero saber por que você saiu ontem a noite escondida. - Bati a porta atrás de mim fazendo ela pular assustada. Não teria um olá, bom dia, como vai? Como foi o passeio ontem a noite, bom? Nada! Eu queria saber o que ela estava fazendo fora do quarto depois do toque de recolher e era bom ela me dar uma explicação muito boa. - Melhor ainda, por que saiu no campus a noite? Porque eu quero um bom motivo.

- Me interrogue quando eu estiver com os olhos abertos e bem acordada! – Karla ainda estava deitada na cama e cobriu a cabeça.

- Você quer um interrogatório com você acordada? - Ri. - Ok. - Segurei uma das pontas de seu edredom e as puxei fazendo a coberta voar de cima dela. - Por que você saiu ontem à noite? - Perguntei a encarando enquanto ela ainda tinha os olhos fechados. - Meu próximo passo vai ser buscar água e jogar em você. Então me responda por que quebrou as malditas regras.

- Porque eu não sigo regras. - Ela gritou se sentando na cama pegando o edredom da minha mão e voltando a se cobrir. - Por favor, não faça isso de novo, está frio. - Ela choramingou.

- Karla, eu não quero você saindo pelo colégio sozinha e de noite. Essa foi a primeira e a última vez. Tem alguém atrás de você, te mandando coisas, mexendo com seu psicológico, te assustando e você simplesmente sai por ai? Alguém poderia ter te matado, você não pensou nisso? Não pensou que alguém poderia esperar você lá fora? Era a oportunidade perfeita, poderiam ter arrancado sua cabeça e ninguém ficaria sabendo. - Minhas mãos estavam fechadas, se tivesse qualquer coisa na minha frente eu juro que socaria.

- Pelo jeito que as coisas estão, eu estou correndo mais perigo aqui dentro do meu quarto do que lá fora no escuro. - Sua voz saiu abafada e eu nem tinha como discutir essa teoria, ela fazia sentido até pra mim. - Mas eu tenho que te contar uma coisa. Não deveria depois desse chilique.

- Me contar o que? - Mexi nos cabelos irritado.

- Ontem quando eu estava andando... - Ela deu uma pausa e engoliu seco. - Tive a sensação de que alguém estava me observando. Eu estava em uma área não muito iluminada, mas por via das dúvidas eu corri até um dos prédios e um dos seguranças me trouxe de volta para o dormitório. - Apontou para o chão.

- Eu só vou repetir mais uma vez. - A encarei. - Eu não quero você andando sozinha novamente. - Apontei para ela. - Eu não sei o quão próximo estão de você e não quero arriscar, mas quero que você tenha o bom senso de entender o que está se passando. Entendeu?

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