Capítulo 43

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Karla cantava loucamente, ainda estava no banho quando entrei em casa, mas seus pulmões estavam a todo vapor trabalhando junto às suas cordas vocais. E por mais que ela cantasse bem, existia um limite, e ela já havia o ultrapassado há uns bons minutos, ao ponto de irritar meus tímpanos. Não acharia nem um pouco estranho se algum vizinho ligasse para a polícia, na verdade seria bem compreensivo.

E quando pedi a ela que parasse apenas por alguns segundos, só para conseguir escutar meus próprios pensamentos, Karla mandou eu ir me foder e esperar. Claro que ela me xingaria, era de uma Sullivan que estávamos falando. Mas poderia ser pior, poderia ter jogado algo em mim.

Chegou uma hora que fui obrigado a usar toda a minha concentração para tentar assistir entender o que se passava na TV, precisava me distrair e essa provavelmente não foi a melhor escolha.


- Allan. - Chamou minha atenção. - Pelo amor de Deus. Não acha que é muito cedo?

- Hum? - Desviei minha atenção para ela. - Muito cedo para o que? - Encarei seu corpo apenas coberto por uma toalha. - Pode tirar se quiser, eu não me importo. - Dei meio sorriso.

- Pornô? É sério? - Apontou para a TV.

- Não. - Respirei pela boca. - É só uma propaganda de produtos sexuais. - Ela ajeitou a toalha no corpo fazendo seus seios balançarem. - Você deveria saber a diferença.

- Eu não assisto pornô. - Resmungou.

- Se quiser eu posso colocar em um, ai você pode comparar. - Encolhi os ombros a fazendo revirar os olhos.

- Você pode... - Respirou fundo. - Por favor trocar de canal?

- Venha aqui. Vamos negociar. - Apontei para a cama.

- Eu só preciso me trocar...

- Não, a negociação inclui a toalha. - Karla me lançou um olhar desconfiado e arrastou seus pés até mim.

Ela sentou-se na beirada da cama, segurando a toalha de um jeito firme. Beijei sua bochecha e a puxei pela cintura para o meio da cama, ela acomodou-se no meio das minhas pernas e apoiou a cabeça em meu peito.

- Nunca assistiu? Nem por curiosidade? - Perguntei beijando seu pescoço.

- Colégio interno. Parte do nosso acesso à internet é bloqueado. Não que resolva alguma coisa. Mas dificulta. E é meio estranho quando estou em casa. - Seu tom de voz parecia sem jeito.

- Nós precisamos mudar isso. Pelo menos, pra saber se você gosta ou não. - Ri passando os dentes pela sua orelha a fazendo se encolher.

- E se eu não gostar? - Levantou a cabeça e encostou os lábios na pele do meu pescoço.

- Se não gostar, não gostou. Não precisamos desses filmes de qualquer forma. - A abracei.

- Gosto do seu cheiro. - Murmurou mudando de assunto.

- Você gosta de dormir comigo, porque mantenho seus pés quentes. E gosta do meu cheiro, por que? - Apertei sua perna enquanto ria.

- Me dá a sensação de segurança.

- Creio que estou aqui para isso, não? Lhe manter segura. - Concordou com um olhar divertido abrindo um sorriso, que só me fazia querer beijá-la mais. - Esse seu sorriso é lindo. - Passei os dedos pelos seus lábios.

- Você estava aqui para isso. Mas acho que as coisas mudaram um pouco. - Segurou minha mão junto a dela.

- Com toda a certeza mudaram. - Encostei meus lábios nos seus.

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