Capítulo 35

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Dirigi por um longo tempo até sair da cidade, seguindo sem rumo até encontrar um hotel de estrada.

Karla parecia incrivelmente exausta, seus olhos estavam fundos e tinha grandes olheiras roxeadas embaixo dos olhos. Ela precisava comer e dormir mais um pouco, pelo menos por algumas horas, o suficiente para eu descobrir o que faria a seguir.

O ponto positivo de um hotel de estrada era que: a responsável nem se deu ao trabalho de olhar na minha cara, seria impossível dizer que Karla e eu passamos por ali, até porque ela não havia visto Karla. Já havia pagado a diária em dinheiro, o que pagaria qualquer rastro que deixássemos para trás.

Karla havia ficado no carro com a chave na ignição pronta para fugir a qualquer momento enquanto eu olhava o quarto.

Os pontos negativos de hotéis de estrada: as TVs não costumavam funcionar, água quente não existia e a possibilidade de existir um corpo em uma das camas era grande.

Sua reação ao ver o quarto foi melhor do que eu esperava, ela nem ao menos havia feito careta. A garota com toda a certeza havia estado em lugares piores do que esse enquanto estava por ai, mas isso não a impediu de olhar a cama atentamente antes de se sentar.

- O que faremos agora? - Karla perguntou em um sussurro.

- Vamos comer, você vai dormir um pouco e eu vou decidir o que vamos fazer. - Respondi me sentando ao seu lado.

- Não vou conseguir dormir. - Ela estava encarando a janela que tinha a cortina fechada.

- Quer trocar? Preciso de mais três horas de sono. - Karla sorriu segurando meu braço. - Você precisa dormir, anjo. - Beijei sua testa.

- Me sinto assustada. - Quem não estaria.

- Eu sei, meu amor. - A abracei.

- Você é um cretino, sabia?. - Socou meu braço e eu a olhei confuso sem saber o por que estava me xingando e me batendo.

- O que eu fiz?

- Você, fica me chamando de anjo e de amor. – Acertou mais um soco.

- Se quiser que eu pare... – Karla me derrubou na cama e ficou de joelhos no colchão.

- Eu gosto de anjo... Tirando o fato de que eu não sou um. - Sorriu.

- Você é um anjo. - Segurei uma mecha de seu cabelo. - Não muito convencional, mas ainda sim um anjo.


Karla só conseguiu dormir depois de comer um pouco, que havia conseguido na lanchonete, que ficava de frente para o hotel de estrada, a comida não era nada boa, o café era horrível, mas, pelo menos, os refrigerantes e alguns biscoitos se salvaram, ninguém morreria de fome por algumas horas.

Aproveitei que Karla estava dormindo e comecei a pensar em tudo que deveria fazer, uma lista que estava sendo passado para uma toalha de papel que havia pegado na lanchonete, em breve eu a jogaria no vaso sanitário e tudo seria apagado.

Precisávamos trocar de carro urgentemente, eu precisava dormir e arrumar um lugar seguro para passar, pelo menos, uma noite. Ficaria louco se não desse um jeito logo nessa situação, porque eu não dormiria nesse hotel, e de maneira alguma seria obrigado a isso.

Acabou que Charles me ligou minutos depois. Eu apenas sai do quarto e o atendi, não queria que Karla soubesse da nossa conversa. Ele já estava sabendo de tudo que havia acontecido, até me passou a informação de que Bill rodou durante uma hora pela cidade, parou o carro no meio da rodovia, saiu dele e mostrou o dedo do meio para quem estava o seguindo. Ele poderia ser um pouco mais adulto as vezes.

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