Allan
Charles caminhava um pouco a frente como se fosse o chefe de uma máfia, terno, óculos escuros e se portava como um. Eu estava dizendo, esse cara estava metido com algo errado.
Não tão longe uma garota de cabelos verdes nos olhou com um sorriso sapeca, ela não era tão alta quanto o pai, mas tinha os mesmos olhos, o azul penetrante que dava medo às vezes.
- Hey, veio rápido dessa vez. – Ela disse com um sorriso irônico.
Aproximamo-nos mais da garota, ela nos olhava de um jeito estranho, talvez estivesse um tanto desconfiada, seu pai não estava dizendo nada a ela. Mas ele se aproximou mais e a garota o olhava com curiosidade, estava vendo até onde iria, o que diria a ela e isso a fez observar todos nós.
- O que você tem nessa sua cabeça, Karla Kira Sullivan? – Charles encostou o dedo na testa da filha, a olhava como se ela tivesse matado alguém.
- Qualquer coisa, menos um cérebro. – Ela respondeu irônica novamente revirando os olhos.
- Sem brincadeiras, Karla. – Charles estava sério, e parecia que a garota não dava muita importância.
- Não estou brincando. - Ela parecia querer chorar. - Sabe o quão ruim é ficar presa naquele lugar? Me privou da vida me deixando lá pela sua mulher, que só serve para pegar seu dinheiro semanalmente. Acha que quero ficar trancada o resto da minha vida em Lake Forest? Não é justo. Eu não quis ir para aquela maldita escola. – Sua voz se elevou, pelo menos, dois tons. Esse tipo de assunto era para ser tratado em uma sala particular somente com a família, não para ser exposto na frente de dezenas de pessoas ao nosso redor que olhavam a cena. Porem sou pago para escutar, observar e ficar quieto em algumas ocasiões. Simplesmente dei de ombros e continuei a escutar a garota na minha frente dando um chilique.
- Você vai voltar para lá. – Charles a encarava com uma expressão severa.
- EU O QUE? – Karla gritou furiosa.
- Seu castigo. – Um sorriso sem humor apareceu na face de Charles. – Tirei seu irmão de lá há cinco meses, e o seu castigo por ter fugido é voltar para lá e terminar sua educação.
- Ele deve estar tirando uma com a minha cara. – Sua voz saiu em um murmúrio dando uma volta de trezentos e sessenta graus e choramingando.
- E para garantir que esse seu show não aconteça novamente, Allan vai com você. – Charles apontou para mim.
Fiz um sinal com a cabeça e ela fez o mesmo.
Karla tinha um rosto realmente bonito, ela era bonita, os cabelos apesar de serem verdes, estavam desbotados e boa parte da raiz já estava à mostra, tinha três piercings, dois em seu lábio inferior e um no nariz. Em sua orelha havia um transversal e um alargador. Eu podia claramente comparar as roupas dela com uma cantora de rock famosa que eu não lembrava o nome por nada, mas que minha irmã tinha uma adoração estranha. O short, a meia calça, a blusa com estampa de banda que tinha um decote provavelmente feito por ela mesma, tinha um busto até que cheio, o all star até o joelho. Não estavam brincando quando disseram que o estilo dela era pra lá de esquisito. Os olhos da garota estavam em cima de mim me analisando, sua boca estava curvada em um meio sorriso. Eu era o cara do meio sorriso! Mas eu não podia reclamar, fazia o mesmo com ela.
- Vai colocar um segurança atrás de mim? – Seus braços se cruzaram e seu olhar caiu sobre seu pai com raiva.
- É. - Charles tinha um sorriso de deboche.
- Eu preciso de Vodca. – A garota se virou de costas procurando algo. - Qualquer coisa com um alto teor alcoólico. - Sua mão estava em seu peito, estava fingido passar mal. - Antes de voltar, eu quero ver Carlos. – Carlos era o irmão gêmeo dela, pelo que sei não se parecem nada um com o outro. De acordo com Charles, ele era alto igualmente o pai, tinha cabelos escuros e o rosto mais quadrado, mas ainda sim havia herdado os mesmos olhos de Charles, os azuis penetrantes que davam medo, me faziam achar que não eram realmente desse mundo. – E mais, preciso de roupas novas perdi a maioria quando estava fugindo da polícia. Também preciso de dinheiro extra para os meus cabelos. – Ela olhou os cabelos desapontada, aquilo estava me incomodando, já era difícil olhar para uma mulher que tinha metade do cabelo preto e a outra loira, uma que tinha metade castanho e a outra verde era frustrante, mas pelo jeito estava a incomodando também.
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Lake Forest Academy
Roman d'amourCorrer talvez seja a única forma de me manter viva. Que segredos ela guardava e por que estão atrás de mim? Eu não sei, sei que foi morta e talvez eu seja a próxima. Todos acreditam que eu saiba de algo, algo que está colocando a minha vida em perig...