Capítulo 17

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Durante os  dias seguintes os alunos por todo o campus estavam desesperados para descobrir a escola que viria jogar contra Lake Forest Academy. Mas aconteceu que apenas os funcionários, os jogadores e eu fomos informados que escola seria essa. Os alunos sabiam que havia um jogo próximo, mas não sabiam qual. Era incrivelmente engraçado como todos ficavam envolta dos jogadores da escola, mas eles estavam tão calados sobre isso, que passavam a maior parte do tempo juntos e treinando. Karla era uma dos tantos alunos que ficavam no pé dos jogadores, mas claro, só ficava no pé de Tomas, o perturbando loucamente, perguntando vezes seguida sobre a escola que viria jogar. Tomas ficava louco para mandar a garota calar a boca e uma das vezes eu quase entreguei a história toda por quinze minutos de silêncio. Mas por mais que ela estivesse sendo irritante eu gostava de ouvir sua voz.

Os braços de Karla estavam bem melhores, não precisava mais usar curativos nos cotovelos que já começavam a cicatrizar. Mas ela sempre dava a desculpa de que seus braços estavam coçando para conseguir tirar a casquinha dos machucados. Ela não reclamou mais sobre sua bunda doer, provavelmente ainda estava, mas ela não estava falando sobre isso. Felizmente o corte das minhas costas estava melhor, não havia inflamado e eu estava dando conta de cuidar dele. Porem cometi o erro de olhar pelo espelho, estava horrível e completamente roxo.

No dia do jogo eu estava um tanto ansioso, eu não sabia se apenas os jogadores viriam ou se toda a escola viria também, eles precisavam de torcedores. Mas se a escola toda ou não viesse eu sabia que encontraria alguém.

Há muito tempo eu não via um jogo da minha antiga escola, sabia que todo ano eles faziam um jogo entre os alunos mais antigos, era planejado, mas depois de formado eu nunca mais os vi. Carver claramente era mais forte que Lake Forest e todos sabiam disso, e por isso todo o segredo.

Bati na porta de Karla e quando ela não respondeu eu tentei abrir a porta e tive a surpresa dela estar aberta. Respirei fundo a olhando na cama dormindo encolhida pelo frio, parecendo uma criança. Ela tinha o rosto perfeito, uma expressão relaxada, sem aqueles malditos sorrisos. Era uma garota muito bonita.

Respirei fundo novamente, eu deveria seguir o exemplo de Selena.

Mas em vez disso eu apenas a chamei.

- Karla. – Ela nem ao menos se mexeu. – Acorda, garota!

Ela novamente não se mexeu, peguei em uma das pontas do edredom que a cobria e puxei. Karla soltou um gritinho, pulando da cama e me olhou assustada.

- Allan. - Ela choramingou. - Eu poderia estar só de calcinha. - Ela pegou a ponta do edredom que eu estava segurando e cobriu as pernas.

- No frio que está? – Perguntei rindo. - A visão do paraíso seria impossível.

Karla me olhou de um jeito engraçado.

- Ok, eu não estaria, não durmo seminua nem com quarenta graus. - A garota puxou o edredom até o pescoço. - Você é mau. - Ela murmurou. - Está quase nevando lá fora e você puxa as cobertas de cima de mim.

- Não está nem perto disso lá fora. - A encarei. - E você deixou a porta aberta.

- Não. - Ela reclamou espreguiçando. - Eu acordei e abri a porta, peguei suco no final do corredor. - Karla apontou para a garrafa com líquido pela metade. - Mas eu deitei novamente porque estava com frio e acho que dormi.

- Certo.

- E a outra escola, já chegou? – Karla perguntou curiosa.

- Não. Nada ainda.

- Eu quero saber que escola é. – Ela bateu as mãos na cama frustrada.

- Você não sabe ainda? – Talvez Tomas tivesse dito a ela em algum momento em que eu não estivesse perto, mas pelo olhar que eu o recebi não tinha dito nada. – É, não.

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