Prazeres da Noite

♦ Capítulo 44 ♦ O meu chá de bebê!

Eu e Annie, provavelmente a única melhor amiga que tenho, estamos em seu quarto. Eu procuro me distrair em seu enorme espelho no teto.

Não me perguntem porquê ela colocou isso ali. Coisas da ruiva maluquinha.

- Então, meio estranho essa aparição da Helena aqui. - É ela que começa a falar enquanto eu balanço a cabeça, concordando com ela. Por mais que eu tente apenas imaginar que foi uma simples visita de Helena para Annie, é inevitável não pensar que isso é no mínimo, estranho a beça.

Mas não posso começar pensando merda da mulher sem ter certeza alguma disso. E se realmente ela foi lá apenas para vê-la? Helena me pediu perdão, convocou uma reunião de emergência e repassou a empresa para o meu nome. Depois disso ela sumiu no mundo e depois desses meses ela retorna simplesmente na casa da Annie onde coincidentemente, eu estou com ela. E para não ficar mais esquisito do que já está, a mulher ficou toda estranha quando soube que eu estou carregando um filho de Enzo, ainda mais por saber que eu sofro de uma doença que um dos principais sintomas é a infertilidade.

Coincidência demais ou o início de fortes dores de cabeça? Não posso me preocupar com essas coisas, eu preciso pensar no meu filho.

É, Katherine. É só uma puta de uma coincidência dos infernos. Não vamos nos chatear por causa de Helena.

Uma coisa é uma mulher se deprimir e ficar em estado de choque quando descobre que o homem que diz ter amado está noivo e vai ser pai. Isso mesmo, ele está construindo uma vida, um futuro onde ela não está incluída. Outra coisa é uma mulher ressentida e amarga.

Dessas eu tenho muito medo. Essas são as piores. Fazem de tudo em nome do tal amor que sentem e se acham na obrigação de acabar com o relacionamento alheio.

- Pois é, moranguinho. Eu não sei como vou lidar com essa Helena. - Em meio ao clima de tensão, o apelido recebido pelo novo namorado da minha amiga surge, descontraindo o ambiente. - Moranguinho ele pegou pesado não é mesmo, Annie? - Nos olhamos e caímos em sua enorme cama, rindo e esquecendo temporariamente da nossa nova dor de cabeça: "Helena Dumond."

- Sério. Como que um homem gostoso e lindo que nem ele foi me dar um apelido desse? - Questiona, rindo mais ainda. É incrível como ela tem a capacidade de fazer com que os meus problemas sumam e me faça rir, mesmo em momentos tensos.

- Eu tenho sorte por Enzo me chamar apenas de lady. Pra te ser sincera, acho isso muito sexy e adoro quando ele faz isso. Mas não vá me dedurar e dizer isso a ele! Enzo ficará se achando por dias!

- Mudando um pouco de assunto, Biskath. A gente tem que fazer o seu chá de bebê. Daqui a pouco ele nasceu e a tia Annie nem presenteou sua afilhada!

- E quem te garante que vai ser menina, Annie? - Ela é mais uma da fila que está louca para saber o sexo do meu bebê. Mas eu decidi que não me preocuparia com isso não. Sabendo que ela ou ele está bem, é o que me deixa mais feliz. Ser mãe a essa altura do campeonato me deixou bastante surpresa, não posso negar. Logo eu que sempre imaginei que jamais teria algo saindo de mim, uma ligação, uma criança protegida por minhas asas. E por ter sido agraciada com esse presente divino, eu não pretendo descobrir o sexo do meu anjinho ou anjinha.

- O meu coração de madrinha, claro! Não vejo a hora de ter essa coisinha pequena e fofa em meus braços. Vai ser o bebê mais lindo do mundo!

Então começamos a planejar o tal chá de bebê. Annie diz que o lugar ideal é a casa enorme de minha mãe e eu concordo com ela. Já posso imaginar a cara de felicidade e satisfação de dona Elza ao saber que o meu primeiro chá de bebê acontecerá em seu doce lar. Minha amiga sugeriu que eu convidasse nossas antigas amigas.