♦ Capítulo 37 - É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. ♦

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Eu ainda estava surpresa pelo o que aconteceu comigo. Poderia esperar tudo, menos isso de Mark.

Ele foi apenas um peão usado por aquela megera e vadia da Helena.

Quando pensamos que nada pode piorar, a vida vem e nos surpreende. É incrível, não?

Meu pai morto. Minha empresa que já não é mais minha.

É o meu coração que está ali. Não era apenas um serviço que você comparecia todos os dias para receber o salário e os benefícios.

Era uma paixão. A minha paixão.

Era tudo o que eu tinha. O que eu fazia de melhor.

Sem ela, o que seria de mim?

O que seria da minha vida?

— Hey, lady. Não fique assim. Tudo vai acabar bem. — Enzo me diz, tenta me acalmar. Mas no fim, não deu certo.

Nem mesmo o homem da minha vida é capaz de me tranquilizar. Eu estava fodida. E não do jeito que eu gosto.

— Ela tirou tudo de mim, Enzo. Eu não sei fazer outra coisa.

—  Ah, minha mulher. Lógico que você sabe. Só precisa abrir os olhos do jeito certo.

"Abrir os olhos do jeito certo."

Preciso de algo que possa mudar a minha vida.

O advogado da minha família está tentando recorrer, encontrar alguma breja que desfaça esse mal entendido.

Eu, que sempre fui a mais esperta e durona da empresa, fui passada para trás no pior golpe que você poderia receber.

Fui dopada. E não posso nem provar isso, já que a substancia já foi absorvida pelo meu corpo. Eu fiz de tudo. Tentei fazer o exame, mas era tarde demais. Não deu nada de anormal.

Se não fosse o apoio de Enzo e minha mãe, eu estaria no fundo do poço.

Como eu gostaria de estar agora.

Porém, a vida, o Enzo e seu sonho de se tornar um cantor famoso estão me deixando feliz. Não me permitem cair em depressão, ao menos não agora.

—  Eu ainda não estou acreditando que você irá fazer shows por Londres! É incrível, Enzo!

— As vezes acho isso surreal, Katherine.

— Ora, mas por quê?

—  Porquê quando tudo está indo muito bem, até o santo desconfia.

— Seu bobinho! Você vai conseguir.

— Sim. Agora com você do meu lado, eu vou.

Estamos caminhando pela Trafalgar Square. Não é novidade nenhuma que aquele lugar é o nosso favorito. Onde gostamos de ir, sofrer nossas reflexões e pensar sobre tudo e todos. Estamos admirando o céu, observando as estrelas.

Quando era pequena, ouvia dizer que, quando a pessoa morria, ela se transformava em uma estrelinha.

Eu me pergunto... Meu pai se transformou em uma? Será que ele estará comigo, me vigiando e me protegendo como sempre fazia?

—  Ele está com você, Katherine.

Esse jeito de Enzo sempre advinhar o que estou pensando, é de arrepiar-me. Eu não precisava de ações. Ele me conhecia tão bem!

— Sim. Eu sei.

Enzo fica pensativo. Encosto minha cabeça em seu ombro e permanecemos sentados no banco, observando a multidão. A praça está cheia. Com mães e suas crianças brincando, conversando, se divertindo. Irmãos e irmãs discutindo e ao mesmo tempo, rindo. É uma mistura incrível de pessoas. Eu gosto disso.

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