Outra Vez...

Capítulo 3

Pov Sarah.

Estou encharcada, minha maquiagem já não existe mais e meu cabelo muito menos.

Precisava vir aqui, tenho ótimas lembranças desse lugar, desde criança meu pai me trazia aqui e esse balanço sempre fez parte de mim. Primeiro com meu pai e depois com Tomaz.

Está frio e eu estou apenas com uma blusa fina. Está molhado, mas mesmo assim me atrevo a sentar no pequeno balanço com banco de nadeira.

Estou aqui a pelo menos meia hora, já é madrugada mas aqui é um bairro tranquilo.

Se estou com medo? Sim!
Oque farei? Nada!

Sinto uma aproximação pelas minhas costas, um sapato em contato com a curta grama molhada. Ele vem em minha direção e eu me preparo pra gritar, se minha garganta não estivesse seca e minha voz um caco devido ao choro já teria feito.

De qualquer forma, está deserto então não ajudaria muito. Se minhas pernas não estivessem bambas de tanto andar, eu correria.

Aos poucos o som fica mais alto e eu me preparo pra ter uma reação, qualquer que seja.

Ouço parar e não me atrevo a olhar.

Cerca de um minuto depois sinto braços ao meu redor e um calor me preenche.

Apenas com a paz de seu toque sei exatamente de quem se trata.

Dali não me movo e ele também não, me preocuparia com ele abaixado se não tivesse visto sua sombra se ajoelhando no chão.

Ficamos assim por mais umas meia hora, porém meu desejo é que esse momento nunca acabe.

Pov Tomaz

Seus cabelos claros não tinham mais forma, seus ombros estavam baixos juntamente com sua cabeça

Fiquei observando-a por um instante e ajoelhei atrás dela.

Passei meus braços ao redor de seu corpo frio e molhado e senti seu suspiro pesado e um leve arrepio em sua pele. Sim, ela me ama.

Meu coração bate forte e meu desejo é que ficássemos assim pra sempre.

Permanecemos ali por meia hora, quando a solto vejo o recolher do seu corpo devido ao frio. Coloco seu casaco em seus ombros e ela o veste.

- Obrigada. - Ela quase sussurra. Sua voz é quase nada e meu coração se aperta mais.

Saio de trás dela e me posiciono na sua frente. Sua cabeça ainda está baixa.

- Hey.

- Hey. - Ela diz fraca

- Olha pra mim. - peço e ela nega com a cabeça. - por favor.

Ela se mantém imóvel.

Beijo sua testa e seguro seu queixo erguendo-o logo em seguida.

Ela olha diretamente em meus olhos e a visão que tenho me leva ao chão, caio de joelhos e uma lágrima escorre pela minha face.

Seus olhos estão inchados e círculos arroxeados o cortornam. Seu lindo e apaixonante olhar encontra-se sem brilho e sem vida.

Sua maquiagem não existe mais e parte de seu cabelo encontra-se escorrida por sua testa e face. Seu olhar é vazio e seu rosto não esboça nenhuma emoção.

Seria melhor estar morto ao vê-la assim.

- Tá tão ruim assim? - ela diz

- Eu prometi que cuidaria de você, e eu te quebrei. - Ela me olha como se me chamasse - É claro que você continua sendo a mulher mais linda de todas. - Ela força um leve sorriso. - Mas eu... Oque eu fiz?

- Essa pergunta foierguendo-ou pra você mesmo?

- Pra mim mesmo.

- Oh!

- Vamos pra casa?

- Eu não quero ir.

- Mas eu não posso te deixar aqui.

- Então fica.

Levanto e me aproximo, ela chega pro lado me dando espaço. Sento e passo meus braços pela sua cintura e ela apoia sua cabeça no meu ombro.

Após uns dez minutos sinto sua respiração se aprofundar.

Ela dormiu.

Viro seu corpo com cuidado e levanto com ela no colo, caminho para o carro colocando-a no banco traseiro.

Chego em casa e a deito na cama, tiro suas roupas e visto-lhe con sua camisola favorita, a da nossa lua de mel. Arrumo seus cabelos e passo um pano húmido em seu rosto.

Ela é linda.

Aproveito e selo nossos lábios por um instante, ela se mexe e eu me afasto. Ela volta a dormir.

- Minha princesa. - sussurro e deixo o quarto.

Vou para a sala e mando mensagens pra Larissa e pro Dr. Collins, patrão da Sarah. Precisamos conversar então nenhum de nós vai ao trabalho.

Tomo um banho e me deito. Abraçando minha esposa.

Pov Sarah

Acordo em casa, não sei em que momento cheguei aqui. Os braços de Tomaz estão me prendendo.

Quanta falta tenho disso todos os dias.

Com dificuldades levanto e percebo que estou apenas de camisola. A camisola.

Ele me vestiu?

Me esforço a lembrar da última noite e nada depois do balanço me vem a mente.

Faço café e olho para o relógio.

9:30???? Estou atrasada, ele está atrasado. Merda!

Corro para o quarto

- Tomaz, Tomaz, Tomaz ! - Grito.

Ele levanta desesperado e seus olhos estão confusos.

- São 9:30, anda !

Ele sorri e cai na cama de novo.

- Você está surdo?

- Não! Mandei mensagem pro trabalho, nenhum de nós vai hoje.

- Oque te faz pensar que tem direito de interferir no meu trabalho?

Acho que ele não esperava por essa.

Saio do quarto com lembranças de um sonho, onde ele beijava-me e me chamava de sua.