Capítulo 12

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Saio do carro e entro pelas portas da empresa, o pessoal da noite me conhece.

- Boa Noite Sra. Oliver.

- Boa Noite. - digo a uma moça

Continuo seguindo até o elevador. Ao chegar em seu andar dou de cara com os funcionários brincando.

Larissa está de costas rindo, e assim eu consigo ver o quão bonita ela realmente é.

Um nó se cria na minha garganta e eu caminho até ela atraindo muitos olhares sobre nós.

Mas oque ela faz aqui a essa hora?

- Boa Noite Sra. Oliver.

- Boa Noite.

- Posso ajudá-la?

- Pode me levar até Tomaz?

- Sinto muito, mas ele não está.

- Como não?

- Ele recebeu uma ligação importante e saiu mais cedo hoje.

Como assim? Se ele saiu cedo onde ele poderia estar?

- Tem noção de onde ele tenha ido?

- Ele apenas disse que precisava relaxar.

- Tudo bem, obrigada!

- De nada! - ela vira e volta a conversar como se eu não estivesse ali.

Deixo o prédio e pego o celular, sei exatamente quem pode me ajudar.

- Alô? - sua voz estava consumida pelo sono

Chamada On

- Oi Fred.

- Sarah?

- Sim

- Oh, já até sei... - ele respira fundo. - ele não apareceu certo?

- Sim! Você sabe onde ele está? E porque não me avisou?

- Sei sim, bom, o motivo acho melhor ele te contar, agora o local, anota ai.

- Pode falar.

Ele me passa o endereço

- Ah, Sarah, não seja dura com ele.

- Tem certeza que não quer me contar?

- Sim! E tem certeza que não quer que eu vá com você?

- Sim! Já estou pedindo demais. Obrigada Fred.

- De nada flor! Me mande notícias.

Chamada Off

Dou partida no carro e vou em direção ao endereço, de acordo com Fred eles iam muito lá na adolescência.

Chego no local, olho em volta e a rua está deserta. O som que vem do local é estrondoso.

As paredes por fora são cor de rosa e cercadas por plantas baixas e médias, no alto do muro há vários cabos de madeira que cobrem toda a sua extensão, e no meio dela há o nome La playa e há coqueiros enfeitando.

Entro e por dentro também é rosa, há luzes nas paredes e um enorme palco em um dos lados. No meio encontra-se uma pista de dança e nas bordas mesas de madeira, ao fundo há o bar.

Caminho pela multidão e avisto seu terno cinza em uma mesa perto do bar, ele está de costas pra mim.

Em várias mesas há mulheres seminuas dançando e uma estava servindo uma bebida a Tomaz.

O choro já pede espaço e eu engulo. Seu olhar é baixo e vazio.

Quando estou bem próxima ele se levanta, a mão da garota está sobre a dele e ela começa a dançar e passar suas mãos pelo peitoral definido que ele tem.

Ele se mantém imóvel. Uma dor aguda surge em meu peito e eu respiro fundo antes de andar mais próximos a eles.

Vejo que ele tenta murmurar algo pra ela, mas está bêbado demais.

- Moça, sou casado! - escuto ele dizer e ela parece não se importar.

- Moça, por favor, me de licença. - ela agora pega as mãos dele e põe sobre seus quadris, ele não tira.

- Você não ouviu? - minha voz sai trêmula. - ele é casado. - agora ela falha.

Eles se viram para mim e o olhar de Tomaz vem de encontro ao meu.

A musica começa a me dar dor de cabeça quando decido que não preciso ficar ali.

Ele permanece me olhando assustado e Percebo que estou chorando. Saio apressada e sei que ele está me seguindo.

Ao chegar do lado fora, a diminuição do ruído é libertadora. Mas a dor no peito ainda está aqui

Sarah! - ele me grita. - Sarah!

Viro-me bruscamente e ele está meio distante. Seus ombros caídos e seu semblante cansado. Posso ver pouco na rua escura, mas ainda posso ver.

- Porque não foi pra casa? - minha voz ainda sai trêmula.

- Sarah, precisa se acalmar. Não é oque está...

- Oh, Jura? - o interrompo - o que aconteceu com o "eu vi, ninguém me contou, não ouse usar essa frase comigo" - faço aspas com os dedos

- Mesmo assim eu te ouvi lembra? Não na hora, mas ouvi. E realmente não era oque eu estava pensando. - eu não esperava por essa.

- Então oque Tomaz? Oque é tão importante que te faz estar em um bar de madrugada? Que te faz não me atender? Que te faz ficar assim!

Ele não responde.

- Foi o que eu pensei. - viro e continuo a caminhar.

- Sarah...



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