Capítulo 8

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Caminho por toda a casa para ter certeza, e sim eu tinha.

Não havia nenhum pertence do Tomaz no apartamento.

Meu coração se aperta e eu sinto um mal estar, minha cabeça lateja de dor.

Volto para a sala e em cima da mesa encontro um papel dobrado, abro e percebo que trata-se de uma carta.

De todas as coisas que poderiam ter me acontecido, vê- la com ele foi a pior coisa, morrer teria sido menos doloroso.

O pior foi que você permitiu que eu a beijasse, permitiu que eu entrasse e nem tentou me impedir, nem ao menos teve a decência de tentar esconder.

Eu te amo Sarah e meu sonho sempre foi me casar com você e ter estabilidade para formar uma família. Sempre quis e sempre vou querer.

Mas não posso prendê-la a mim, eu sabia, no momento em que te pedi em namoro, que não seria fácil namorar uma garota tão linda e tão única. Sabia que teria de aturar James em cima de você, mas quando nos casamos pensei que a partir dali seria só minha, mas estava enganado!

Não preciso competir com ele, quando você já deixou claro que ele nunca irá embora.

Eu te amo muito, mas vou deixar que faça suas próprias escolhas. Em breve, os papéis chegarão pelo correio.

Tomaz.

Lágrimas escorrem por meu rosto, soluços são os únicos sons e movimentos no lugar.

Ele precisa me ouvir e saber que nada aconteceu com James.

Preciso parar de ser apenas uma boba chorona e colocar a minha vida no lugar.


Pov Tomaz

Não consegui pregar os olhos, meu peito dói e meus pensamentos são unicamente dela. Minha cabeça explode.

Tirei tudo do apartamento durante a madrugada, eu não preciso suportar esse tipo de humilhação.

Dor? Vai doer sempre, mas ninguém precisa saber. Vou deixá-la livre para fazer sua felicidade.

Posso até estar parecendo dramático, mas apenas quem ama e foi traído sabe a dor que é. Como é imaginar seu amor nos braços de outra pessoa.

Segui para o trabalho, pois tinha
Várias reuniões incanceláveis.

O dia e as reuniões passaram rapidamente, talvez porque minha cabeça estivesse em outro lugar.

Por fim não chegamos a nenhum acordo concreto, então a maioria foi remarcada.

Não troquei muitas palavras com Larissa por mais que ela tentasse puxar alguma conversa.

Passei pelos corredores e salas em silêncio até chegar ao carro.

Agora tenho uma grande jornada até o escritório do meu advogado.

- Boa Tarde Frederick. - digo ao adentrar em seu escritório

- Tomaz, meu velho amigo, em que devo a honra de sua presença? Problemas com algum cliente?

- Na verdade não, eu vim pra dar entrada nos papéis pro divórcio.

- Como assim meu amigo? As coisas não vão bem com Sarah? Mas Vocês são tão bem juntos.

Frederick é um velho amigo meu de Faculdade, assim como eu ele nunca suportou James, confio muito nesse bosta.

Conto tudo que vem ocorrendo nos últimos meses pra ele.

- Cara, você deu a ela o direito de se explicar?

- Cara, eu estava lá ! Ele saiu sem camisa do banheiro e ela estava apenas de pijama as 2 da manhã! .

- Tom, não é da índole de Sarah fazer algo desse tipo, acredito que ela realmente tenha uma ótima explicação para o ocorrido.

- Eu não sei Fred. Confio nela, confiava, não sei! Mas no James, nunca confiei!

- Bom, ainda acho que devam conversar, divórcio é algo complicado, leva tempo e pode afetar até o emocional de vocês, sem contar a imprensa que está sempre por perto de vocês.

- Eu sei.

- Você tem certeza de que é isso que quer?

- Eu não quero! Mas não posso segurá-la. Há alguma maneira de abrir esse processo e prolongá-lo ao máximo? Sabe, pra ela pensar também?

- Claro! Há um meio para tudo!

Conversamos por um tempo e ele me contou algumas de suas experiências com clientes e com sua esposa. Uma hora depois decidi voltar para o hotel, passando apenas no prédio para deixar a carta do divórcio para o porteiro entregar para Sarah pela manhã.

Minhas coisas estão em meu carro , levei para o quarto apenas o necessário.

Tomei um banho e fiz um lanche, escovei os dentes e cai na cama.

Pov Sarah.

Depois de arrumar o apartamento e pensar muito fui dormir.

Acordei pela manhã e me arrumei para o trabalho, fiz uma maquiagem leve e desci.

Passei na portaria e peguei as cartas.

Como estava mais cedo que o meu normal, decidi parar numa cafeteria pra me alimentar.

Dirigi até a mais próxima do trabalho e me sentei em uma das pequenas cadeiras de madeira que combinavam com as mesas. O ambiente rústico me acalmava e me fazia querer ler.

Faço meu pedido e aguardo

Como não havia nenhum escrito comigo decidi ler as cartas.

Após abrir três faturas de serviços, uma carta me chama atenção, era do conselho.

Abro lentamente, orando para que não seja oque estou pensando

Meu coração dispara e depois se quebra ao ler cada uma daquelas palavras.

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