Outra Vez...

Capítulo 24

Pov Tomaz

Não é nada agradável falhar em sua missão de proteger sua irmãzinha.

Meu sangue não ferveu, pelo contrário na verdade.

Já sabia que Lana não era uma santa, mas eu nunca imaginei que sua inocência já estivesse ao fim a esse ponto.

Falta de responsabilidade dela ou da mamãe? Quem falhou?

Uma criança? Não há mal nisso.

Mas quando uma criança está gerando outra... Aí sim algo incomum acontece.

Lana teria seus estudos interrompidos? Ela iria se casar? Ela conseguiria ser independente? Seu namorado seria capaz de assumir a família com condições pelo menos aceitáveis?

Um milhão de questões rodavam pela minha cabeça. Eu não tinha ideia de como seria daqui pra frente, mas eu sei que além de precisar de mim, Lana precisa deixar de ser uma garota mimada.

As coisas mudaram pra ela agora.

O quanto ela está apaixonada? Esse amor é recíproco? Oque mamãe dirá?

Mais questões...

Sarah entrou no quarto logo após a saída de Lana

Sinto muito não conseguir dar a atenção que ela merece agora, principalmente as desculpas que devo a ela.

Ao vê-la entrar meio receosa e com um certo medo não pude me conter. Bastava o olhar de Sarah e eu estaria desarmado.

Deixei escapar uma lágrima que segurava com muito esforço e fui recebido com os braços dela.

Eu deveria fazer com que ela se sentisse segura. Mas nesse momento eu quem estava protegido. Eu quem estava aconchegado.

Ela é minha fortaleza e eu não posso negar isso. Posso passar por qualquer coisa, desde que ela esteja ao meu lado.

Largando os pensamentos de minha irmã e lembrando apenas de minha esposa puxei seu corpo para a cama junto com o meu.

Deitamos e foi minha vez de abraçá-la.

Com a voz embargada sussurrei um " obrigado" e após depositar um beijo em sua testa adormeci, com ela em meus braços...

Pov Sarah

A

cordei com um pouco de dor de cabeça, ainda era cedo e como eu e Tomaz ainda teríamos o resto da semana de folgas não me preocupei de ir correndo para o banheiro.

Ainda embalada em seus braços, pude contemplar a bela visão de meu marido dormindo.

Sua respiração pesada, sua feição tão tranquila.

Relutante levantei e fui fazer o café.

Quando fui em direção ao banheiro pude perceber uma movimentação no quarto de Lana.

Estava acordada? Tão cedo?

Ao entrar deparei-me com ela sentada em sua cama abraçando os joelhos e de cabeça baixa.

Sentei-me no pé de sua cama e depois de muito insistir consegui fazê-la olhar pra mim.

Seus olhos estavam avermelhados e inchados, em baixo haviam grandes olheiras escuras.

Seu semblante estava abatido e cansado. Com toda certeza havia passado a noite  chorando.

- Lana, oque aconteceu? - perguntei tentando deixar a minha voz um pouco menos preocupada.

- Acordei para ir ao banheiro e não consegui dormir mais. - respondeu e bocejou logo em seguida.

Apesar de parecer desesperada ela estava tranquila, talvez Tomaz não tenha sido tão duro.

- E como você está?  A respeito de ontem... - disse enquanto ela se endireitava, talvez procurando uma posição melhor.

- Na verdade estou bem aliviada. - ela começou suspirando-  ele não veio com paus e pedras, ele apenas me disse verdades, coisas que eu sei que vão acontecer, mas eu não tinha pensado até o momento. Essas coisas que estão martelando e não me permitiram dormir. - Ela passou as mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo. Exatamente como Tomaz faria. - Eu não sei se estou pronta pra abrir mão da escola, de sair com os amigos, de viajar... - ela permitiu-se chorar. - Todos os planos que fiz Sarah... Eu estava completamente feliz por saber da gravidez, mas em nenhum momento me passou pela cabeça que todo futuro que eu sempre sonhei não será possível... Caramba! Eu sou tão nova!

Abracei-a enquanto ela desabafava. Sabia que ela tinha razão, mas não há mais nada que possa ser feito.

- Eu não estou pronta pra ser mãe, eu mal sei me cuidar!

- Lana... - comecei a acariciar seus cabelos. Queria fazê-la se sentir mais confortável. - Não lhe direi que será fácil, mas você terá a gente aqui ao seu lado, olha, descansa, se preocupa em ficar bem, em ficar saudável. Quando estiver melhor, conversamos ok?

Ela apenas assentiu com a cabeça, deitou-se e eu saí do seu quarto.

Estava tomando um relaxante e demorado banho quando saltei de susto ao sentir aquelas mãos em minha cintura...