- Fala Tomaz. - minha voz e expressão eram duras.
Seus olhos lacrimejaram e seu corpo vai ao chão, sendo sustentado agora por seus joelhos. Corro até ele com o susto que levo e seguro seus braços.
- Não me deixe.. - sua voz é fraca. - por favor.
- então me diz Tomaz, porque está aqui? Porque não foi pra casa?
-Minha mãe ligou... - o observo atenta, ele respira fundo e começa a chorar.
Meu coração se aperta e meus olhos arregalados se enchem de lágrimas. Abraço seu corpo me ajoelhando ao seu lado e ele encosta sua testa na minha.
Ele se derrama enquanto tento me manter firme acariciando suas costas.
Ele está muito bêbado, o faço levantar
- por favor, não me deixe - diz enquanto o solto
Estou chateada, mas olhar pra ele e vê-lo assim, me deixa incapaz de pensar em outra coisa.
- não vou te deixar. - respondo - vou apenas abrir o carro
Destranco a porta e o ajudo a se sentar, coloco o sinto, fecho a porta e dou a volta, entro no carro e dou partida para nossa casa
entramos no apartamento e com muito custo o levo para o chuveiro e de roupa e tudo deixo que a água fria caia sobre seu corpo, após uns minutos o tiro e faço vestir uma de suas samba canção ,o deito na cama e em pouco tempo sua respiração pesa. Sei que está dormindo
me ajeito e deito também sei que amanhã teremos uma conversa e o dia será cheio.
Não deixo de estar magoada pois estou ao lado de um bêbado ,não sei o que deu nele faz muito tempo que não bebe desse jeito. Mas amanhã saberei verdadeiramente o motivo espero não ter uma dor de cabeça maior do que já estou tendo.
Acordo pela manhã com o despertador, Tom ainda está morgado.
Faço café e tomo um banho frio, lavo o cabelo e relaxo.
Me visto para o trabalho e decido acordá-lo
- Apenas mas 5 minutos- ele resmunga enquanto lhe chamo.
- Não! Vai se atrasar! - digo e aos poucos ele abre os olhos.
A claridade invade seus olhos e ele volta a fechá-los
- Tem remédio aqui na mesa. - digo e ele se senta tomando o remédio logo em seguida.
- Eu não vou ao trabalho hoje e você também não pode ir. - ele diz após uns minutos em silêncio.
- Oquê? Porque não?
Seu olhar volta a se entristecer e eu realmente estou preocupada
Pensei que fosse apenas efeito da bebida, mas não é!
- Tomaz? - minha voz de espanto agora se acalma.
- Minha mãe ligou ontem... - seu olhar se mantém no copo em seu colo. - meu pai faleceu ontem a tarde. - seu corpo se enche de ar e esvazia lentamente
Meus olhos ardem enquanto o observo. Seu semblante abatido, seus ombros baixos e seu olhar vazio. Completamente sem vida.
Seria melhor morrer ao vê-lo assim.
Retiro o copo de seu colo, colocando-o de volta na mesinha.
Abro seus braços e seu olhar sobe até meus olhos tentando decifrar-me, tomo a liberdade de me sentar em seu colo, abraçando sua cintura com minhas pernas sob seu olhar atento. Puxo seu corpo para mim até que sua cabeça esteja em ombro e ali ele desaba. Nos meus braços.
Aproveito para chorar também, tenho ciência de que ele precisará de mim mais do que nunca.
Tom idolatrava o pai. O via como exemplo, vai ser difícil pra ele e assumir a empresa, vai ser um peso agora.
Gostaria de poder arrancar essa dor, ou passá-la para mim.
Ambos precisamos ser fortes para o que virá.
Depois de um tempo me levanto, ele parecia não querer me soltar, mas soltou.
Ligo para o trabalho e explico a situação. Tudo será avaliado e ganharei uns dias, depois terei de levar a certidão de óbito.
Tomaz toma um banho e toma apenas uma xícara de café, ignorando todo o resto.
Ele falou poucas palavras o dia inteiro, parece estar em choque ou em estado vegetativo.
Pode parecer egoísta agora, mas se nosso casamento estava um pouco ruim antes, agora seria ainda mais difícil.
De qualquer forma, enquanto ele ainda me quiser por aqui, eu estarei.
- Promete? - ele me tira de meus pensamentos parecendo lê-los
- Prometer? Oque? - seus olhos alcançam os meus.
- Que não vai me deixar, independente do que aconteça?
- Porque está dizendo isso? Sabe que...
- Por favor... Prometa!
- Eu prometo!
- Eu te amo!
- Eu te amo!
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Outra Vez...
RomanceSarah e Tomaz são jovens e se casaram a 1 ano e meio. Após esse tempo de convivência juntos, descobriram que talvez tenha sido um erro. Agora oque fazer? Voltar a vida de solteiros ou voltar a perfeita vida de recém casados?