Capítulo 23

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Droga!

Não podia ser em um momento pior.

Olhá-lo sentado na cama encarando o envelope fechado do laboratório era intrigante, principalmente porque já fazem quase meia hora e ele não fala e nem me deixa falar nada.

- Quando ia me contar? - por fim quebra o silêncio.

- Não, você está entendendo errado!

Seu olhar escureceu e ele o abriu.

Ao ler a palavra "POSITIVO" no teste ele ficou inquieto

Caminhou de um lado para o outro do quarto sem parar.

- Amor...

- Amor nada! - ele me interrompe. - por quanto tempo você iria esconder? Aquela história toda na viagem... - seu tom já estava rude e notavelmente alto. - Você já sabia! Estava tentando apenas se convencer de que eu queria? Oque faria se eu afirmasse que não queria?

-Chega! - gritei ainda mais alto - Eu não tinha o direito de te contar! - puxei o envelope de suas mãos - Se era pra você saber deveria ser pela boca da mulher grávida e não pela minha!

Seu olhar debochado se desfez.

- Você é patético! Por esses pensamentos seus ao meu respeito que ainda vamos acabar divorciados! Aborto? Quem você pensa que eu sou?

A porta se abriu e nosso olhar seguiu pra ela, Lana entrou no quarto apreensiva, pude perceber seu nervosismo e suas mãos suadas.

- Lana, agora não! - Tomaz foi rude.

- Lana querida, você não precisa...

- Sarah, ele vai ter que saber mais cedo ou mais tarde mesmo. Por favor, nos deixe sozinhos.

Deixei o quarto com o coração na mão, sabia que não seria nada fácil para Tomaz aceitar.

Esperei sentada no chão, de frente para a porta. O silêncio era intrigante.

Assim se passaram quase meia hora. Minha cabeça viajou em vários pensamentos quando o barulho da porta me assustou. Lana saiu com os olhos marejados e seguiu de cabeça baixa para o seu quarto.

Sem gritos, barulhos, socos. Não houve nada que normalmente aconteceria.

Entrei suavemente, Tom permanecia no mesmo lugar com um olhar fixado na parede.

Ativei meu escudo, ele poderia explodir a qualquer momento.

Toda minha força se foi quando uma pequena e solitária lágrima escapou de seus olhos, meu peito se partiu e chegou a doer.

O abracei com todas as minhas forças e ainda não pareceu ser o suficiente. Ele ficou apenas em silêncio, perdido e pensativo no seu mundo.

Pov Lana.

Não poderia ser mais estranho.

Suas palavras ainda rondavam em minha cabeça

" Você é tão jovem, tanta coisa pra aprender ainda."

" Se acalme, eu não vou te crucificar é só que... Você é minha irmãzinha, eu imaginei algo diferente pra você."

" E os seus estudos? Você está pronta pra enfrentar o Colégio com um barrigão? Ou vai largar os estudos?"

Ele não alterou-se, não me criticou, não parecia ele.

" Você tem certeza que está pronta pra isso? Pra essa nova vida? Não me importa se o pai é Príncipe ou Gari, eu só quero que você tenha um futuro brilhante, que você seja independente. Está na hora de parar de brincar de adolescente e planejar sua vida. Casamento e filhos geram muita responsabilidade Lana, sei que ainda é jovem, mas entre o adulto e a criança que o jovem é vocês dois serão pais e perderão qualquer direito de ter o lado criança. Basta assumir oque fizeram e não pense que a Mamãe vai aceitar bem. Mas agora esse bebê e o pai dele são sua nova família, a brincadeira acabou Lana... Bem vinda a vida..."

De alguma forma suas palavras me emocionaram, ele me calou como sempre, não importava oque eu dissesse, ele tinha uma resposta pra tudo.

Entre esses pensamentos e minhas lágrimas adormeci.

" Bem vinda ao trabalho, suor, responsabilidade e esforço. Espero que se saia bem, e que queira isso. Porque se você não souber lidar com a vida ela te castigará com uma rasteira. As vezes você se sentirá sem chão, mas você jamais poderá deixar de caminhar..."

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Eai Lindas, oque acham do capítulo de retorno? Estou de volta!!! :)

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