Capitulo 37

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Jamie Dornan

Estou caindo em um precipício de dor e escuridão. Estou me segurando para não cair no buraco escuro, escuto alguém se aproximar de onde estou caindo. Tento gritar para pedir ajuda, mais apenas um ruido sai do fundo da minha garganta. Derrepente olho pra cima e vejo dois pares de olhos azuis me observando. Estão vazios e escuros, sem vida, e no fundo sei que a culpa é minha. Eu queria me desculpar por tudo, pedir perdão e pedir por uma segunda chance, minha boca abre mas palavras não sai dela. Dakota continua me observando seria e fria. Estendo minha mão para que ela possa pegar e me ajudar a subir. A meama balança a cabeça em sinal negativo. Ela não vai me ajudar, vai me deixar cair nesse buraco sem fundo.

Escuto mais alguém se aproximar, pode ser uma pessoa ou animal selvagem que vai machucar minha Dakota. Fico desesperado pra subir, mais escorrego e quase me vejo caindo. A coisa se aproxima. Não é um animal, é aquele homem que estava com a Dakota nas fotos. Ele se aproxima dela todo sorridente e ela o comprimenta da mesma forma. Meu peito aperta quando vejo que ela está sendo gentil e hospitaleira com ele. Minha vontade é de solta minha mão do pequeno galho e me jogar no escuro em vez de assistir minha menina sendo carismatica com alguém que não seja eu.

Ele fica mais proximo dela, muito perto dela. Se ela se mover, os dois poderiam se beijar, e isso seria muito forte pra mim. Vou me jogar, não importa mais nada nessa minha vida. Tudo que eu tinha Dakota levou consigo, por quê fui um idiota? Por que deixei ela ir? Eu a amava, ainda a amo. Mas ela não sente o mesmo por mim, não mais. Ela merece ficar com alguém que cuide dela, que seja bem de vinda, e infelizmente eu não sou essa pessoa.

Fecho meus olhos, estou pronto pra morrer. Bem devagar solto o galho fino que ainda não se partiu com o peso do meu corpo. Quando penso que vou cair, alguém me segura. Ela md salvou? Abro meus olhos e vejo um garoto. Uma criança. Esta sorrindo pra mim enquanto me segura pelo braço. Dakota e o homem sumiu, o garoto está sozinho. Ele me sobe, tem força. Ele tem aparência de ter uns sete ou seis anos, cabelos loiros e um olhar cinzento como o meu. Será que ele sou eu quando criança? Não. Seu rosto me lembra outra pessoa, mas talvez seja eu mesmo. Não tenho lembranças nítidas da minha infância.

- Está sozinho, garoto.- Finalmente consigo falar algo. Ele aponta para duas sombras bem longe de nós.- São seus pais?- Ele confirma, sem falar nada.- Quer que eu te leve até eles?- Nega.- Obrigado pela ajuda.- Ele sorri. O garoto se afasta de mim e acena um adeus. Como ele se chama.- Qual o seu nome?!- Ele balbucia algo, mais não consigo ouvir nada. A mata ao nosso redor está fazendo ruídos e tudo fica escuro.

Quando a luz volta, estou em outro lugar. Uma casa de campo. Por quê estou sonhando com uma casa de campo? Olho ao redor, um grande milharau preenchendo quase todo o campo. Vejo o garoto de novo, mais ele está mais jovem. Uma mulher está com ele. É minha mãe? A reconheço pelas fotos, minha está comigo brincando com meus carrinhos e cavalos de madeira. Reconheço esse lugar. A fazenda do meu avô, pai da minha mãe.

- Te peguei!- Alguém me empurra pelas costas. Me viro pra ver quem é. O garoto.

- Como chegou aqui?- Ele aponta para duas pessoas que estão bem distantes de nós, tento enchegar mais a claridade me empedi. Só sei que são duas pessoas de mãos dadas. Um casal feliz.

- Jamie!- Alguém me chama. Faço um esforço para abrir meus olhos. Vejo minha prima pratimente em cima de mim, me observando com seus olhos grandes.- Você estava sonhando. Vovó pedio que eu te acordasse.- Me sento na cama coçando meus olhos pra desperta.

- São que horas?- Minha voz sai roca. Lembro do meu sonho, estava caindo. Vi Dakota e o homem da TV, eles não me ajudaram. Um garoto me ajudou, um garoto parecido comigo. Era eu, tenho certeza.

- Oito e quarenta. Está muito atrasado, lembra que hoje é quatro de julho?- Droga. Prometi ao Max que iria ajudá-lo com os fogos de artifício. Não estou afim de sair e ver um monte de gente desocupada desfilando na rua. Mas hoje é o dia da independência do meu país.- Levanta!- Andie me puxa pelo braço, sou mais forte que ela. Ela não consegue me mover.

- Estou indo.- Começo a rir da sua tentativa fracassada de me arrastar da cama.- Me encontre na recepção.- Levanto da cama e ela arregala os olhos e os fecha. Olho pra baixo, estou se cueca. E excitado?!

- O que você andou sonhando?- Ela brinca. Empurro ela pra fora do meu quarto.- Humm...

- Não enche, Andie.- Antes que ela possa falar algo fecho a porta na cara dela.

Vou para o banheiro bocejando e morrendo de sono. O sonho me deixou cansado, não me lembro de tudo. Mas o que me chamou a atenção foi o garoto. Pego uma mulda de roupa e sigo para meu banho matinal. Tiro minha cueca vermelha e jogo no canto do banheiro, deixo a água do chuveiro escorrer um pouco antes de ficar embaixo. Minha chuveirada foi rápida e logo estou vestido. Meus cabelos molhados pingam gotas d'agua na minha blusa.

Descido deixá-lo molhado mesmo, não vou perder tempo com eles. Saio do quarto e desço pra recepção, minha prima está falando com a Mah que me olha feio.

- Se você não fosse apaixonado pela Dakota e você pelo Max, eu diria que vocês poderiam namorar.- Faço uma cara de horror. Acho que brigariamos mais do que beijariamos.

- Somos só colegas.- Mah levanta as sobrancelhas.

- Eu não te odeio, só um pouco. Você foi um idiota, e não vou muito com a cara desse tipo de gente, mas enfim...é a vida mesmo.- Ela está de bom humor hoje, que bom. Acho que ela precisava de uma folga mesmo.

- Ótimo. Vamos ver como anda os fogos.- Minha prima pula do balcão. Ela vai na nossa frente enquanto vou atraz dela junto com a Mah.- Posso te falar uma coisa?- Não sei qual dos dois ficou mais surpreso. Eu por perguntar e ela não vim com alguma piadinha pro meu lado. Ela dá de ombros, acho que é um sim.- Sonhei com a Dakota.- Sua expressão não diz nada que ela ficou surpresa.- Ela estava com aquele cara da revista. Eu estava caindo e pedi ajuda pra ela.

- Ela te ajudou?- Pergunta.

- Não. Eu ia cair, mas um garoto me segurou. Ele parecia comigo e ao mesmo tempo não.- Ela me encara. Eu falei algo de errado? Não entendi.

- O que vocé quer dizer com parece com você?- Por quê ela quer saber disso? Pode ser eu quando pequeno.

- Ele tinha cabelos loiros e olhos cinzas, não lembro muito do seu formato do rosto, mas ele não era eu.- Percebo que Andie está observando nossa conversa.

- Minha professora diz que quando sonhando com alguém que não conhecemos é que ainda iremos conhecer.- É como ver o futuro atravez do sonho?!- Ele pode ser alguma coisa sua. Pode ser filho.- Mah engasga ao meu lado. Dou um tapinha de leve nas suas costas. Ela tosse um pouco e respira fundo.- Você está bem?- Mah espalma as mãos nas pernas e respira outra vez.

- Me engasguei com minha saliva, está tudo bem.- Franzo o cenho.

- Vamos.- Chamo as duas que continua parada lá tras.

- Seu sonho foi bem estranho mesmo.- Andie fica ao meu lado.- Me conta mais sobre seu sonho.

- Não teve nada demais.- Digo, Mah está pensativa atras de nós. Viu brincar um pouco com ela.- Talvez o garoto seja nosso filho, Mah.- Ela empalidece. Não achei seria tão pesado assim.- Estou brincando. Ela solta uma ridasa nervosa.- Você está grávida?

- Não, seu idiota.- Ela me xinga. Peguei pesado.- Você é um bobão mesmo, ainda bem que você não irá ver aquele garoto quando nascer.

- Quê?- Ela olha pra Andie, como se estivesse pedindo socorro.

- Estou dizendo que você não vai ver ele, por quê é da sua cabeça.- Ela ficou nervosa derrepente. Dou de ombros, unica pessoa que eu queria ter filhos era com a Dakota e isso será impossível.

Parando para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora