Capítulo 25

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Lá de dentro, os homens ouviram a explosão e Tibor soube quem estava ali.

-Ele chegou.

-Pegue a menina. Temos que sair daqui. Vamos levá-la para a casa do médico. Ele vai ter que tirar a ônix hoje. As coisas estão saindo do controle.

-Não podemos descer as montanhas, ele nos alcançaria em minutos. É muito veloz.

-Vamos descer ziguezagueando pela interior das rochas até estarmos próximo da rodovia. Deixei meu carro lá embaixo. Até ele destruir todas as entradas da caverna, estaremos longe.

Rico analisou a parede dos fundos e novamente mandou duas rajadas que abriu passagem para as câmeras escondidas dentro da rocha.

-São muitas, me ajuda a olhar uma por uma.

Ele e a irmã foram entrando e estourando paredes uma a uma e estavam todas vazias. Rico tentava desesperadamente alcançar a mente da menina, mas era em vão. Quando adentraram a caverna maior viram que eles tinham estado ali.

Ele entrou e olhou ao redor. Viu as correntes e quando se abaixou para analisá-las enxergou o sangue no chão.

-Machucaram ela.

Luara chegou perto e concordou inexpressivamente.

-É, parece que sim.

-Desgraçados.

O mito se levantou e foi atirando as rajadas de fogo e as paredes foram cedendo e abrindo novas passagens. Parecia um labirinto interminável. Ele tinha pressa e seguiu destruindo tudo que via pela frente.

Os homens corriam pelas cavernas assustados. Sentiram o chão tremer e quase caíram.

-Ele vai derrubar a montanha. Está desestruturando as paredes.

-Que tipo de criatura conseguiria fazer isso?

Tibor tinha Clara jogada nas costas. Olhou para Carl e respondeu furioso.

-O Curupira. E isso não é nem o começo, pode acreditar. Ele vai nos assar vivos.

Carl olhou para o jaguar e se deu conta que eles estavam em apuros.

-Corre.

Luara olhou para Rico destruindo todas as paredes a sua frente. O chão estava cedendo.

-Rico, o chão está balançando. Tem que parar de destruir as paredes.

O Curupira gritou.

-Preciso encontrá-la.

A irmã concordou, mas foi correta ao falar.

-As rochas vão começar a desabar e eles podem ser soterrados se ainda estiverem aqui.

No ápice do desespero, o Curupira se deu conta de que não tinha pensado nisso e a irmã estava com a razão. Olhou para ela e perguntou:

-O que sugere?

Luara ficou muito, muito surpresa mesmo que ele tenha lhe pedido opinião. Nos seus dezoito anos nunca tinha visto o irmão pedir opinião pra ninguém. Resolveu se certificar se devia mesmo falar.

-Está pedindo minha opinião?

Ele olhou irritado para ela.

-Sim. Estou.

-Bom. A Clara está dopada, mas recobra a consciência de tempos em tempos. Acho que devemos esperar no bosque no pé da montanha e tentar alcançar a mente dela quando acordar para nos dar uma direção. Essa cadeia é muito extensa e a cidade é grande. Ela pode estar em qualquer lugar. Já é madrugada, os animistas chegarão pela manhã e poderemos nos espalhar. É essa a minha opinião.

O CURUPIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora