Lá de dentro, os homens ouviram a explosão e Tibor soube quem estava ali.
-Ele chegou.
-Pegue a menina. Temos que sair daqui. Vamos levá-la para a casa do médico. Ele vai ter que tirar a ônix hoje. As coisas estão saindo do controle.
-Não podemos descer as montanhas, ele nos alcançaria em minutos. É muito veloz.
-Vamos descer ziguezagueando pela interior das rochas até estarmos próximo da rodovia. Deixei meu carro lá embaixo. Até ele destruir todas as entradas da caverna, estaremos longe.
Rico analisou a parede dos fundos e novamente mandou duas rajadas que abriu passagem para as câmeras escondidas dentro da rocha.
-São muitas, me ajuda a olhar uma por uma.
Ele e a irmã foram entrando e estourando paredes uma a uma e estavam todas vazias. Rico tentava desesperadamente alcançar a mente da menina, mas era em vão. Quando adentraram a caverna maior viram que eles tinham estado ali.
Ele entrou e olhou ao redor. Viu as correntes e quando se abaixou para analisá-las enxergou o sangue no chão.
-Machucaram ela.
Luara chegou perto e concordou inexpressivamente.
-É, parece que sim.
-Desgraçados.
O mito se levantou e foi atirando as rajadas de fogo e as paredes foram cedendo e abrindo novas passagens. Parecia um labirinto interminável. Ele tinha pressa e seguiu destruindo tudo que via pela frente.
Os homens corriam pelas cavernas assustados. Sentiram o chão tremer e quase caíram.
-Ele vai derrubar a montanha. Está desestruturando as paredes.
-Que tipo de criatura conseguiria fazer isso?
Tibor tinha Clara jogada nas costas. Olhou para Carl e respondeu furioso.
-O Curupira. E isso não é nem o começo, pode acreditar. Ele vai nos assar vivos.
Carl olhou para o jaguar e se deu conta que eles estavam em apuros.
-Corre.
Luara olhou para Rico destruindo todas as paredes a sua frente. O chão estava cedendo.
-Rico, o chão está balançando. Tem que parar de destruir as paredes.
O Curupira gritou.
-Preciso encontrá-la.
A irmã concordou, mas foi correta ao falar.
-As rochas vão começar a desabar e eles podem ser soterrados se ainda estiverem aqui.
No ápice do desespero, o Curupira se deu conta de que não tinha pensado nisso e a irmã estava com a razão. Olhou para ela e perguntou:
-O que sugere?
Luara ficou muito, muito surpresa mesmo que ele tenha lhe pedido opinião. Nos seus dezoito anos nunca tinha visto o irmão pedir opinião pra ninguém. Resolveu se certificar se devia mesmo falar.
-Está pedindo minha opinião?
Ele olhou irritado para ela.
-Sim. Estou.
-Bom. A Clara está dopada, mas recobra a consciência de tempos em tempos. Acho que devemos esperar no bosque no pé da montanha e tentar alcançar a mente dela quando acordar para nos dar uma direção. Essa cadeia é muito extensa e a cidade é grande. Ela pode estar em qualquer lugar. Já é madrugada, os animistas chegarão pela manhã e poderemos nos espalhar. É essa a minha opinião.
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O CURUPIRA
Подростковая литератураRico olhou fixamente para sua maior inimiga no mundo, Clara Jordani, e intimamente ficou muito surpreso. Tinha ouvido falar o quão poderosa ela podia ser, mas não esperava que fosse tão jovem e estupidamente bonita como de fato era. Ele percorreu o...