.... -A menina que vocês estão mantendo aqui é minha e eu vim buscá-la. Onde ela está?
O homem respondeu sufocado.
-No andar de cima.
Rico socou a cabeça dele na parede e o homem desmaiou. O mito jogou o corpo de lado e começou a subir a escada mais foi atacado por trás por um dos animistas cuja feição assimilava-se ao de um coiote. Ele foi arremessado para baixo e levantando-se materializou os pequenos angras que jorraram em cima do animista queimando-o por todo o corpo.
Luara segurava o rapaz salamandra pelo pescoço e Joshua derrubava o terceiro, um cão da pradaria, vezes seguida até que este desistiu permanecendo imóvel no chão. Um dos humanos estava desmaiado , o outro preso pelos angras, e um terceiro recuou amedrontado a um canto isolado da sala. O único mito que fazia parte do grupo se desmaterializou do local.
Rico olhou para a sala, pegou os animistas feridos pelas camisas e os jogou próximo do homem em recuo. Joshua ergueu o corpo que Rico tinha desmaiado e levou para o mesmo local. Luara tocou um dos angras e eles libertaram o coiote e o humano.
A curupira os arrastou e então estavam os seis reunidos em um mesmo local. O mito tocou nos dedos da irmã e um grosso fio reluzente se esticou dos dedos dele e dos dela. Eles andaram cada um para um extremo da sala colocando o fio de fogo limitando o espaço e prendendo os estranhos dentro dele. Um dos rapazes colocou o pé fora da linha demarcada pelo fio e uma chama estourou impedindo-o de sair.
Perceberam que o cordão estava sob encantamento e não havia chances de fuga.
-Cuide deles. – foi a ordem de Rico para a irmã.
Ele subiu a escada deixando seu rastro atrás de si. Joshua subiu os degraus de dois em dois.
Rico estava abrindo uma porta atrás da outra e Joshua soube que a tinha encontrado quando ele entrou correndo. O lince parou na porta e viu Rico tirando as cordas dos braços dela. Entrou depressa e parou na beirada da cama.
O Curupira suspendeu a menina desacordada e a abraçou com cuidado. Colocou-a no seu colo e aninhou sua cabeça em seu ombro como se ela fosse um bebê frágil. Jos sentou próximo dele e arrumou os cabelos dela colocando os para trás.
O animista pegou o pulso da amiga e viu os ferimentos. Rico olhou o anel que deu a ela e que ainda usava em seu dedo indicador. Não precisava de prova maior de que ela nunca o esquecera, passou a mão pelo rosto que tinha um rastro de sangue seco e sobre a hematoma em sua têmpora, um urro feroz saiu da sua garganta e Joshua embora em silêncio compartilhava do mesmo sentimento.
O corpo de Clara estava mole e inerte e os meninos sentiram um resquício de pavor em vê-la daquela forma.
-Rico, temos que tirá-la daqui.
-Ela está fraca demais. Precisamos de um meio para levá-la com mais conforto.
-Talvez fosse melhor encontrarmos Davi e Cheh antes de removê-la para algum outro lugar.
O mito concordou e num ato que surpreendeu muito ao lince deu um beijo na testa de Clara e passou a menina para os braços de Joshua.
-Fique aqui com ela. Vou resolver essa situação.
Joshua concordou tomando a amiga e acomodando-a com gentileza em seu colo.
De volta à sala os seis homens demonstraram certo terror com o retorno de Rico. Luara estava mexendo no controle de uma TV gigante tentando descobrir como funcionava.
Rico parou olhando a casa e pensando que tinha que cumprir o prometido ao pai da menina, mas podia pelo menos infligir a eles a mesma dor que Clara sentira nesses três dias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O CURUPIRA
Teen FictionRico olhou fixamente para sua maior inimiga no mundo, Clara Jordani, e intimamente ficou muito surpreso. Tinha ouvido falar o quão poderosa ela podia ser, mas não esperava que fosse tão jovem e estupidamente bonita como de fato era. Ele percorreu o...