Rico entrou na Quimera e foi direto em busca da irmã. Averiguou todos os procedimentos e ela o colocou a par de algumas situações dentro do mundo mítico. Em seguida ele disse à ela que teria que se energizar. A Curupira tinha feito seu processo há dois dias e não precisava ir, mas ele quis que ela o acompanhasse.
-Para onde vai?
-Não muito longe. Próximo de Roraima talvez.
Os irmãos viajaram juntos até o ponto escolhido e a menina ficou observando-o em sua energização. Ele tinha mudado muito, mas ainda ostentava aquela soberania peculiar aos líderes. Luara viu a moça bonita que estava acampada com um grupo de mochileiros desfalecer nos braços do irmão e depois cair pesadamente no chão.
Ele sabia a medida certa para não tirar a vida dos humanos e esse era um ponto que Luara parecia nunca aprender. Rico inspirou sua energia profundamente e seus olhos pareciam duas lanternas ligadas em potência máxima. As veias estufaram-se em seus músculos e seu cabelo alongou-se até o meio das costas para depois voltar ao corte natural.
A moça olhou o poder emanar do irmão. Sim, ele era bem poderoso e metia medo até mesmo em outros lendários. O mito pegou a moça sem muito cuidado e foi até a base do acampamento. Queria ser visto. Isso era raro e Luara ficou imaginando qual era o ponto que o irmão queria fazer com sua aparição. Os outros mochileiros olhavam para ele aterrorizados e Luara soube então qual era a intenção de Rico.
Ele queria estar em evidência entre os seus. Ser visto pelos humanos causaria grande pavor e ele seria assunto para muito tempo. Sua lenda seria fortificada e isso mostraria aos inimigos que ele estava na ativa, firme e forte mesmo depois dos votos de fidelidade aos animistas.
Rico estava parado ao lado da fogueira ladeada por tendas e barracas. Ele levantou sua mão e seu dedo foi traçando um círculo imaginário por fora do acampamento que acendeu um fogo onde os mochileiros ficaram presos.
Sua voz era mansa, mas podia ser ouvida com facilidade.
-Para os que perguntarem o que aconteceu aqui hoje, digam que conheceram o Curupira.
Ele se virou para ir embora. Tocou a borda do círculo e o fogo cessou. Ele e a irmã se perderam na mata não antes de ouvir os gritos tardios dos campistas apavorados com o que tinham presenciado.
Enquanto caminhavam Rico abordou a irmã.
-Como está você e Joshua?
-Bem.
-Estão íntimos um com o outro?
-Íntimos?
-Sim Luara, o que eu quero saber é se já transou com ele.
A menina ficou sem jeito com a pergunta direta dele e demorou para responder e quando o fez foi monossilábica.
-Sim.
Não era a resposta que ele gostaria de ouvir, mas não podia mudar.
-Quando foi?
-Porque quer saber?
-Porque sou seu líder e quero uma resposta.
-Mas é minha vida particular.
-Responda.
-No dia da sua festa com os animistas.
-Você já teve outros?
-Meu Deus Rico.
-Sim ou não?
-Não.
Ele a olhou com certo espanto. Não sabia o porquê, mas achava que a irmã já tinha se relacionado antes.
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O CURUPIRA
Fiksi RemajaRico olhou fixamente para sua maior inimiga no mundo, Clara Jordani, e intimamente ficou muito surpreso. Tinha ouvido falar o quão poderosa ela podia ser, mas não esperava que fosse tão jovem e estupidamente bonita como de fato era. Ele percorreu o...