-Mais pra esquerda, um pouco mais. Agora estica o braço. Está bem em cima da sua cabeça.
O menino-bison, Thales, se esticou o quanto pôde para pegar o fruto que Clara queria. Ele arrancou e foi descendo da árvore com habilidade.
Ele entregou a prenda pra menina. Rico e Luara estavam vindo pela trilha e observavam o grupo dos jovens animistas em volta da árvore, olhando pra cima.
O rapaz viu Clara no meio deles sorrindo feliz e caindo de boca na fruta, abrindo-a para saborear a polpa muito madura e doce.
-Está tão doce. Que delícia.
Dáia achou graça na forma que ela comia a fruta como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo.
-Nunca comeu abiú antes?
-Claro que sim, mas sei lá, esse em especial parecia estar esperando por mim.
Eles continuaram andando rumo à república, tinham corrido a mata tomando lições de combate de Clara e estavam muito eufóricos com os ensinamentos dela. Thales em especial era muito devoto da animista.
Rico chamou a menina. Ela se virou e tinha a boca toda brilhante do sulco do fruto.
Os jovens animistas também se voltaram e a visão dos belíssimos irmãos curupiras era ainda espantosa para eles.
Clara ficou um pouco nervosa com a presença dele ali. O Cabelo estava todo penteado para trás e preso em um rabo de cavalo. Os olhos muito verdes olhavam pra ela com profunda paixão.
-Oi.
-Oi.
Luara continuou andando e deu sinal para que os outros fizessem o mesmo. Thales foi um pouco relutante e olhou ainda umas duas vezes pra trás. Rico estendeu a mão e limpou com o polegar o queixo lambuzado da menina, depois chupou o sulco doce em seu dedo e sorriu pra ela.
-Doce.
O gesto repuxou o estômago da animista e ela teve uma vontade imensa de pendurar no pescoço dele e beijar a boca perfeitamente esculpida que ele tinha, mas lembrou-se de Lia e então endureceu sua feição e lançou um olhar ressentido pra ele. Limpou sua boca com as costas da mão e perguntou um pouco ríspida.
-Porque me chamou? Quer falar comigo?
-Pretendia. Mas acabei de mudar de idéia, agora eu quero te beijar.
Ele puxou a menina pra si e segurou seu pescoço para beijá-la. A boca dela estava com o sabor doce da fruta e ele estava ávido por senti-la. Clara tentou resistir afastando-se dele, mas Rico a segurou com força não deixando que ela quebrasse o contato dos lábios.
A menina achou que era muito difícil resistir à ele. Ela estava com muitas saudades e quando ele foi afrouxando o aperto em seu pescoço e tornando-o uma carícia leve no lóbulo da sua orelha ela gemeu baixinho.
Era o que ele precisava para puxá-la pela cintura e envolvê-la em seus braços. Lentamente ele foi movendo seus lábios e forçando-a a abrir os dela para receber a língua dele, mas ela ainda estava relutante. Ele queria mais, queria que Clara se derretesse por ele como sempre fizera. Não a queria tentando negá-lo, ou impedindo-o de fazer o que queria fazer. Ainda massageando sua orelha ele falou com os lábios encostados nos dela.
-Abra a boca Clara.
-Não...
-Sim. Quero te beijar de verdade e eu sei que você também quer.
Rico agarrou parte dos cabelos dela empurrando-a para ele e ela abriu a boca para recebê-lo e ele a beijou como queria. Explorando todo seu interior, sentindo seu gosto e devorando seus lábios possessivamente.
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O CURUPIRA
Teen FictionRico olhou fixamente para sua maior inimiga no mundo, Clara Jordani, e intimamente ficou muito surpreso. Tinha ouvido falar o quão poderosa ela podia ser, mas não esperava que fosse tão jovem e estupidamente bonita como de fato era. Ele percorreu o...