Os garotos todos foram pra Manaus com eles. Clara e Laila escolhiam e Rico pagava. Joshua teve certeza que o Curupira fazia muito dinheiro com o lance do ouro. Tinha muitas facetas o lendário, mais do que eles podiam imaginar. Os garotos ajudaram com os materiais para a ampliação da casa. O mito teria ido até os lenhadores clandestinos e simplesmente pego o que eles roubavam do país sem pagar os impostos, mas quis evitar uma cena com Davi sobre isso.
Na semana que seguiu Rico ampliou toda a casa em uma velocidade inacreditável. A sala foi estendida até onde antes era o quarto. E um outro foi construído na parte de trás da casa sustentado por pilares enormes que vinham do chão até o nivelamento do piso. O novo quarto tinha um banheiro grande e Clara achou que Rico gostava muito de conforto.
Um segundo quarto ligado ao deles foi feito para Lekan. Ambos os dormitórios tinham portas enormes que saiam para varandas que ladeava toda a residência. Os móveis foram entregues na república e todos os garotos ajudaram a carregar para o local destinado.
O produto final era de cair o queixo. Uma casa linda, confortável e luxuosa em cima de uma árvore gigante, bem no meio da maior floresta tropical do mundo e totalmente oculta para os olhos humanos. Era incrível.
Clara olhou ao redor. Agora sim, sentia que seu novo lar estava com a sua cara. Podia até imaginar um bebezinho ruivo e fofo engatinhando por todo aquele espaço e um grande sentimento materno rugiu dentro dela.
Lia olhava para Tibor em descrença absoluta.
-O que está me dizendo Tibor?
-O que ouviu. O Curupira vai fazer os votos de fidelidade. O assunto está em polvorosa na comunidade.
-Que droga. Isso é péssimo. Péssimo. Ele estará ainda mais ligado aos animistas e isso dificultará os planos de Carl.
-Pois é. Foi o que eu pensei.
Lia se agitou com a informação. As coisas eram mais complicadas do que imaginou. Esteve muito próxima de estabelecer uma convivência com o mito e facilitar algumas coisas para a sociedade, mas suas intenções foram cortadas e a relação dela com o Curupira se entortou no meio do caminho.
O pouco que pode ver dele a advertiu de que não podia brincar em serviço. Ele era muito temperamental, nada paciente, difícil de convencer e não confiava em ninguém. Ela pensou que seria mais fácil uma aliança, mas não contava com os imprevistos. A gravidez de Clara foi o pior deles. Os planos teriam que sofrer mudanças.
-Engraçado Lia, você é tão esperta e não se deu conta de uma coisa importante.
-O quê?
-O filho de Clara terá uma estirpe inédita.
A serpente olhou para o jaguar de boca aberta. É claro que sim. Um lendário poderoso e uma animista rara só poderiam ter um filho de uma estirpe não identificada. Uma nova raça estava sendo criada.
-Como eu não me dei conta disso? Que estúpida que eu fui.
-Pois é. Carl mudou toda a estratégia dos planos da sociedade.
-Como assim?
-Ficarão no anonimato até Clara dar a luz. Ele quer saber que tipo de criança vai nascer.
-Ele é esperto. Todo o trabalho poderá ser poupado se a criança já vier com poderes definidos.
-Será uma ônix poderosa e única. Nunca se ouviu falar de ninguém que tenha nascido de duas espécies de naturezas contrárias e tão diferentes.
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O CURUPIRA
Teen FictionRico olhou fixamente para sua maior inimiga no mundo, Clara Jordani, e intimamente ficou muito surpreso. Tinha ouvido falar o quão poderosa ela podia ser, mas não esperava que fosse tão jovem e estupidamente bonita como de fato era. Ele percorreu o...